Vai e Leva os Perus

Declaração de intenções: quando não gosto, não gosto mesmo.
E do Ricardo, o guarda-redes que nos tocou nos últimos anos, não gosto mesmo nada.
Nunca gostei, não gosto e, posso garanti-lo, nunca gostarei.
Porquê?
(a cegueira quando não se gosta mesmo nada tem destas coisas)
Basicamente, porque nunca fez nada pelo Sporting.
Pior! Com o leão ao peito conseguiu dar um campeonato ao rival Benfica, seu confesso clube do coração. Ou seja, pode dizer-se com alguma propriedade que mesmo sem ter jogado pelos lampiões o lampião ganhou um título.
Mazinha?
O guarda-redes que defende penáltis em série pela selecção, e que com isso virou herói da populaça, não terá defendido mais do que 1 penálti (nem 1 me lembro, mas a memória falha) pelo Sporting em 4 anos de clube. Quem sabe alguma coisa de futebol (que pode não ser o meu caso) sabe que apenas isto anda longe de ser o essencial.
Mas puxo pela cabeça e não consigo enumerar mais do que 2 ou 3 jogos em que Ricardo tenha, de facto, sido decisivo e que, à semelhança do que fez Michel Preud´Homme, se possa dizer “ena pá, que este tipo vale pontos”. Assim de repente, lembro que Ricardo tirou uma bola de dentro da baliza num jogo com o Leiria e, isso sim, é que foi safar um golo (literalmente).
Mas ainda mais de repente lembro o tal golo que valeu um campeonato (continuo a pensar que Luisão fez falta mas que um guarda-redes com a “experiência” do “Labreca” tinha mais do que obrigação de dar outra solução àquela bola). E lembro também que um grande guarda-redes talvez pudesse ter evitado qualquer 1 dos 3 golos da final da Uefa que perdemos em casa.

Mas o que mais me irrita no meio disto tudo é ter-se promovido um dos jogadores que mais divide opiniões no clube (e no país) a capitão de equipa. Se o ano passado já foi doloroso vê-lo com a braçadeira, por ser um dos sub-capitães, este ano iria ser ainda pior ver o galináceo com um estatuto ainda maior.
Se isso irritava, não consigo sequer descrever o que sinto por ver que dirigentes e equipa técnica compactuam com esta indecência, ainda para mais sabendo que o jogador estava descontente com o seu contrato e desejava sair.
Moral da história: vai para capitão aquele que deveria ter sido a primeira escolha – João Moutinho – aquele que, pelo ver se te avias que tem sido a saída dos capitães do Sporting, deverá ser o mais do que certo próximo a debandar.