As Mães

Sortes diferentes tiveram 2 das mães olímpicas que hoje iam disputar as suas provas.


Dara Torres ficou em 2.º lugar nos 50m Livres por apenas 1 centésimo (ei-lo novamente) de diferença para a alemã Britta Steffen.
Perdeu? Ganhou?
Nem sei responder.
Aos 41 anos procurava o seu 1.º ouro em provas individuais.
Aos 41 anos alcançou a prata.
Foi a sua 12.ª medalha (4 de cada cor) em Jogos Olímpicos.
Duas curiosidades: o pódio da prova em causa (haveria ainda de ganhar mais uma prata na estafeta) era composto pela dita Britta Steffen, 24 anos, e pela australiana Cate Campbell, 16 anos. Ou seja, a soma da idade das 2 não chega à sua; quando Dara se estreou em Jogos Olímpicos, em Los Angeles 1984, o agora campeão mais do que dourado Michael Phelps ainda nem tinha nascido.
Um exemplo para todas aquelas que querem simplesmente continuar a praticar desporto e uma inspiração para aquelas que fazem questão de continuar a competir.


Já Paula Radcliffe, a inglesa com a corrida mais feia e penosa jamais vista, arrisco dizer, em todos os tempos teve, isso mesmo, um penoso final de maratona.
Aquela que tem vindo a limpar a grande maioria das maratonas nos últimos tempos, mas que nunca conseguiu qualquer medalha olímpica, ia para estes Jogos em baixa de forma, depois de lesões. Esteve até à última vai não vai, até que decidiu-se por ir mesmo, ainda que com apenas 3 semanas de treino.
Quê? Para uma maratona? Tá louca.
Viu-se que estava mesmo lélé da cuca, mas insistiu em levar o seu esforço até ao fim. Contrariamente à fama que tem em alguns sectores, desta vez não desistiu. Partiu à frente do retrato de Mao na Praça Tiananmen, correu pelos novos icones da arquitectura chinesa, parou a meio para fazer algumas flexões para afastar as caimbrãs e entrou no Ninho de Pássaro na 23.ª posição sem glória, mas com muito esforço.
Parte positiva da história: em Londres 2012 terá 39 anos, a tempo de atacar novamente a maratona e ainda para mais a correr em casa.

Lágrimas para as 2:


de orgulho para Dara


de decepção para Paula