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O Blogue de Todos os Desportos

quinta-feira, abril 13, 2006

Volta Por Cima

Há males que vêm por bem (para alguns).
Se tivesse conseguido levar por diante a primeira data da assembleia que marcou para a antiga FIL, provavelmente Filipe Soares Franco teria tido uma pesadíssima derrota. Por essa altura o presidente do Sporting não estava assim tão bem visto, quer pelos media, quer pelos sócios, quer pelos simples simpatizantes do clube. Todos eram unânimes em criticar a sua falta de visão pela escolha de um local que não permitiria a entrada de um número de sócios que se considerava mais do que provável que desejariam estar presentes na polémica assembleia. Praticamente todos criticavam a intenção de alienação de património. Os resultados do clube na altura também não ajudavam grandemente ao apoio na direcção.
Até que... foram obrigados a convocar a assembleia para uma nova data e para um novo local com espaço suficiente para acolher todos aqueles sócios que quissessem participar na vida do clube. A partir daí ouve um imenso debate, não só nos jornais mas também na televisões: actuações a solo de todos os recentes ex-presidentes, frente a frente entre os vários intervenientes em defesa das suas posições em plena RTP, RTP-N e SIC-Notícias (para citar as que assisto). O que parecia um assunto impossível de aceitar – a alienação do património do clube – passou a aceitável por alguns, depois de esclarecidos de qual o âmbito do património – não desportivo – e condições e valores envolvidos no negócio. A mim serviu para confundir um pouco mais, tendo passado de um não absoluto à venda para um sim e um não momentâneos e à vez à vez. Acredito que muitos tenham mudado de posição depois de ouvido o presidente e outros que tais expondo a sua posição – o que, na data da primeira convocatória da assembleia, ainda não tinha acontecido. Detalhe que não é de somenos: entretanto, a equipa havia desatado a ganhar jogos atrás de jogos.
Filipe Soares Franco tinha pedido 2/3 (= 66% dos votos) para não se demitir e jurava a pé juntos que não voltaria a concorrer à presidência.
Teve cerca de 64% e os media apressaram-se a dizer que havia sido, mesmo assim, uma vitória e que deveria repensar a sua prometida saída. Vistas bem as coisas, e para quem esperava uma derrota avassaladora, esta ponta final disputada ao sprint quase que poderá ser considerada uma vitória. E o que é que é isso de ter palavra neste país, se o vento até vem soprando forte?
Eis que Filipe Soares Franco, aceitando as pressões de quem o rodeia (bancos?, comunicação social?, sócios?) e assumindo que não ficou insensível aos apoios que recebeu, apresentou hoje a sua recandidatura à presidência do Sporting.