Futebol é Para Meninas

O Blogue de Todos os Desportos

sábado, outubro 27, 2007

Académica no Restelo

Quando ontem vi o programa de festas futebolísticas para a noite de 6.ª feira e fim de semana deparei-me com um Belenenses x Académica, sábado, 17:15. Epa! Espera aí! Académica na capital em dia e hora em que não tenho nada programado? Talvez pela primeira vez, saúdo um horário estabelecido pela Sportv.
Há anos que não ia ao Restelo. Tantos que nem consigo mandar ao ar o ano sequer aproximado da última vez em que lá estive (Pearl Jam não conta). Mas tenho a certeza absoluta que foi para ver a Académica.
Obviamente, facto público e notório, o estádio com a vista mais bonita de Portugal continental (disputa com os Barreiros o título de todo o Portugal e, curiosamente, apercebi-me hoje que o estádio do Restelo fica situado na Av. Ilha da Madeira) meteria meia dúzia de pessoas. Afinal, meteu um pouquinho mais do que isso. Para ser mais precisa, uma vez que cheguei 15 minutos antes da hora, e porque me dei ao trabalho de nos contar, éramos 127 por parte dos adeptos da Briosa, e 1148 por parte dos Pasteis. Isso sem contar com o público presente nos camarotes, que não os contei, pois a minha mãezinha sempre me ensinou a ser discreta e não olhar para dentro da casa dos outros.
O jogo até que foi interessante. Acabou 0x0, pena que não houve golos, e o domínio foi repartido – 1.ª parte claramente da Académica, 2.ª parte não tão claramente do Belenenses.
Aos 25 minutos, quando só a Académica jogava à bola há para aí uns 15 minutos, ouviram-se os primeiros assobios dos estóicos sobreviventes adeptos do Belém. Depois do tosco Joeano ter visto um golo bem anulado por desconcentração absoluta o ter deixado em fora de jogo, vi Lito falhar o mais improvável golo a 30 cm da baliza desde que Paulo Alves, pelo Sporting, fez o mesmo na Taça de Portugal de 1996. Os rapazes não foram poupados pela espirituosa massa adepta da Briosa. Mas, coisas que a paixão do futebol tem, Miguel Pedro, o novo queridinho no clube, é furiosamente aplaudido mesmo quando com estilo e uma técnica muito especial levanta carinhosamente o pé da bola e a deixa fugir pela linha lateral quando tinha o campo todo em direcção à baliza de Costinha para correr solitariamente.
Por falar em Costinha, dá gosto ver o carinho que os adeptos adversários lhe devotam. “Joga de calcanhar” era o mais simpático que lhe atiravam. Mas nunca recorrendo ao palavrão, que o pessoal por aqui é bem educado e prefere utilizar expressões como “idiota”, “palhaço” ou o não muito fácil de ser gritado “energúmeno”. Mas isto dirigido ao árbitro, claro, e não ao pobre do Bostinha.
Do outro lado, outro mítico frangueiro do nosso futebol: Pedro Roma, uma instituição dentro da instituição. Não, brincadeirinha. Pedro de Coimbra, tirando umas reposições muito mal feitas, portou-se muito bem e, sério, safou 2 golos mais do que feitos, daqueles em que a bola já estava a ser vista dentro da baliza.
Por isso, Pedro Roma foi o homem do jogo. O que não deixa de ser estranho é um guarda-redes ser o jogador mais decisivo num jogo em que o seu (nosso) clube teve tudo para ganhar.
Uma última notinha: pela primeira vez na vida quis que o clube de Domingos ganhasse. Não pensem que foi fácil de engolir – ódiozinhos de estimação não se esquecem facilmente.