Futebol é Para Meninas

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segunda-feira, junho 05, 2006

O Craque do Grupo B - David Beckham

David Beckham ainda é a grande estrela da Inglaterra mas tem forte concorrência. Na vez de Beckham poderia ter dado o destaque a Frank Lampard, Wayne Rooney, Michael Owen ou Steven Gerrard.
Ou, em vez dos ingleses, poderia ter escohido os suecos Zlatan Ibrahimovic ou Fredrik Ljungberg para destacar como craques do grupo. Ou ainda Roque Santa Cruz, por parte do Paraguai.
Mantenho Becks, no entanto.



David Robert Joseph Beckham nasceu em 2 de Maio de 1975, em Leytonstone, na grande Londres.
É a maior estrela do futebol mundial. Planterário, diria antes. Aparece em reclames publicitários de todas as cidades do mundo, incluindo as do Oriente. Faltará apenas conquistar a América do Norte, mas aí a culpa não é dele, é antes do futebol que nunca a conseguiu conquistar.
Futebolista, modelo, pop star, metrosexual, Beckham é tudo isso e muito mais. Dizem que o rapaz é burrinho mas não parece que alguém que alcança tudo o que conseguiu, que põe toda a gente a dizer o seu nome, a falar da sua vida, do seu cabelo, das suas tatuagens, do seu pé lesionado e de banalidades inimagináveis, possa ser assim tão tótó. É antes um rapaz moderno a quem saiu a sorte grande de conseguir dar uns toques na bola melhor do que o comum dos mortais e de ser mais bonito do que ele também.
Sim, Beckham é bom de bola, pese embora todas as critícas. Se não o fosse, como conseguiria ele fazer aqueles passes teleguiados de mais de 30 metros aos seus companheiros de equipa? E sim, é bonito também. E sim, se não fosse bonito talvez não fosse a estrela planetária que é. Não custa nada a admitir tudo isso.
A própria Fifa algum talento futebolistico lhe reconheceu, ao conceder-lhe por 2 vezes o prémio de 2.º melhor jogador mundial. Aconteceu em 1999, atrás de Rivaldo, e em 2001, atrás do nosso Luis Figo.
Feita a introdução à versatilidade do capitão da selecção inglesa de futebol, falta saber que David cresceu vendo os seus pais a admirar fanaticamente o Manchester United. Ainda passou pelas escolhinhas do Leyton Orient, clube perto de casa, e do Tottenham, clube de Londres. Mas em 1989 foi jogar para Manchester, uns quantos (muitos) km a norte de casa. Tinha 14 anos. 3 anos depois estreava-se na 1.ª equipa do ManUtd num jogo da Taça. A estreia na Premier League aconteceria em 1995, também pelo ManUtd, ano em que esteve ainda emprestado por 5 jogos ao Preston North End.

Em 2003 foi transferido, milionariamente, para o Real Madrid. Especulou-se muito sobre se esta transferência não teria mais motivações de marketing do que futebolisticas. Mais uma vez o seu talento enquanto jogador a ser colocado em causa. Pela mudança de clube, Beckham chorou sem parar. Não pela dita especulação mas antes por abandonar o seu clube de sempre – o ManUtd. Hoje diz que não jogará em mais nenhum outro clube senão o Real e o seu Manchester.
Um dos momentos determinantes para essa sua saída do ManUtd foi, provavelmente, quando uma chuteira lhe aterrou na testa vinda directamente de Alex Fergunson, então seu treinador. Resultado: um corte na testa da estrela e mais páginas e páginas de jornais com o relato e folclore do caso. Se a relação entre os dois já não ia muito bem, com isto azedou de vez. Um dos dois teria de deixar o clube e a fava tocou a Beckham.

Em Madrid, apesar da equipa de galácticos, onde Beckham veio a ser mais um (com Figo, Zidane e Ronaldo) a vender milhares de camisolas, ainda não conseguiu mais do que ganhar uma SuperTaça, logo no ano da sua estreia.
Com o ManUtd, pelo contrário, ganhou tudo o que havia para ganhar, incluindo 6 vezes a Premier League (1996, 1997, 1999, 2000, 2001 e 2003), 2 FA Cup (1996 e 1999), 1 Liga dos Campeões (1999) e 1 Taça Intercontinental (1999).
Ou seja, na época de 1998 / 1999 ganhou tudo o que havia para ganhar em termos de clubes. Curiosamente, essa época veio na sequência da sua prestação polémica no mundial de França, em 1998. Nesse torneio, começou por não ser titular nos 2 primeiros jogos da selecção inglesa. No 3.º jogou muito e marcou um golo decisivo. No jogo seguinte, dos 4.ºs final, com a rival Argentina, foi expulso. A Inglaterra viria a perder o jogo nos penáltis. Caiu o Carmo e a Trindade em Inglaterra e Beckham foi mais do que criticado, mesmo enxovalhado, pelos media e pelos adeptos que o acusavam em fúria pela derrota. Na época seguinte, pelo seu clube, sempre que jogava fora tinha de ouvir os constantes apupos vindo dos adeptos adversários. Anos mais tarde, Diego Simeone, o argentino envolvido na sua expulsão, veio a admitir que provocou Beckham para que este fosse expulso.
Aliás, Beckham parece não ter muita sorte com os argentinos. A poucos meses do mundial da Coreia / Japão, em 2002, outro argentino, o ex-Sporting Aldo Duscher, lesionou-o com gravidade jogando pelo Deportivo da Coruña. Quase atira com o bom do Becks para fora do mundial e foi nessa altura que as fotos do pézinho do Spice-Boy inundaram os pasquins ingleses. Os mesmos jornais inventaram prontamente teorias da conspiração pelo facto de esta quase tragédia ter sido provocada por um argentino, lembrando a anterior desdita de Beckham com essa nação e a guerra entre os ingleses e os argentinos pelas Malvinas (ou Falklands).
O historial de cartões vermelhos vistos por Beckham na selecção inglesa não se fica por aqui. Em Outubro de 2005 foi expulso num importante jogo com a Austria para qualificação para este mundial. Com isso tornou-se o primeiro capitão inglês a ser expulso e o primeiro jogador com a camisola dos “Three Lions” a ir para os balneários mais cedo por 2 vezes.
Outra situação caricata que lhe aconteceu com a selecção inglesa foi aquele falhanço incrível de um penálti com a Turquia. Beckham correu para a bola, tropeçou, caiu e a bola foi parar sei lá onde. No estádio, fora de casa, todos riram e os jogadores turcos não perderam a hipótese de o gozarem de imediato. Nessa situação Beckham mostrou ter sentido de humor ao afirmar “Foi o meu primeiro penálti falhado pela Inglaterra – talvez eu ande a fazer demasiados reclames com Jonny Wilkinson” (o craque do raguebi inglês).
O facto é que, pese embora todos estes altos e baixos na selecção, Beckham é adorado e perseguido por todos onde quer que vá. Estreou-se por Inglaterra em 1996 e desde 2000 que é o seu capitão.
Este mundial será o seu 3.º.

Deixando agora um pouco o futebol de lado, embora a sua vida particular sempre se vá entre-cruzando com o desporto-rei, aqui vão mais algumas histórias sobre o rapaz. Em 1997 começou a namorar com a esquelética Vitoria das Spice Girls, “grupo musical” que não deixou saudades. Isso trouxe-lhe ainda mais fama. E mais futilidade. Juntos têm um palácio, o Beckhingam Palace, onde o casal adora promover festas para os amigos e amigos dos amigos. Ainda na semana passada lá juntou todos os elementos da selecção, outros jogadores estrangeiros e estrelas da música, com a finalidade, anunciou, de angariar fundos para causas sociais.
Ainda a este propósito, Beckham tornou-se “Embaixador da Boa Vontade”, da Unicef, em Janeiro de 2005.
Foi, igualmente, uma das caras mais presentes a apoiar a candidatura de Londres aos Jogos Olímpicos de 2012. E ganhou a escolha.
Beckham tem um réplica sua em cera no famoso Museu Madame Tussaud (que mereceu mesmo um retoque na testa aquando do episódio da chuteira), viu um filme levar o seu nome – “Bend It Like Beckham”, sobre duas meninas que aspiram jogar à bola como o seu ídolo, e, acredite-se se quiser, existe mesmo um curso da Universidade de Staffordshire que tem uma disciplina de “Football Culture” onde se estuda o bom do David.
Recentemente, e para completar o anedotário relacionado com Beckham, o próprio admitiu sofrer de um distúrbio obsessivo compulsivo que o obriga a colocar as latinhas da sua Pepsi no frigorífico em linha recta e em n.º par. Não só as latinhas mas também muitos mais objectos.
Manias.
Outra mania é a de lançar moda no que a penteados diz respeito. Sem saber ainda como se apresentará daqui a pouco mais de uma semana, eis o best of até à data.