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O Blogue de Todos os Desportos

terça-feira, julho 19, 2005

Golfinhos

Nos últimos dias, destaque para a prestação dos juniores portugueses nos europeus da natação: 8 subidas ao pódio, duas delas ao mais alto lugar, com – mais importante do que tudo – essas medalhas a serem repartidas por 4 nadadores diferentes. Ou seja, não há apenas uma “esperança” sobre quem irão recair os olhinhos tão sedentos de sucesso da nossa natação. Pode ser que assim possam crescer todos sem tanta pressão de carregarem sozinhos os sonhos do sucesso.
Entre estes há que colocar em primeiro plano Diana Gomes, campeã nos 100 e 200 bruços, já conhecida do público mais atento por se ter tornado da noite para o dia na mascote dos media que cobriram os últimos Jogos Olímpicos de Atenas.
Igualmente, Tiago Venâncio, repetindo o 3.º lugar do ano passado na prova mais disputada da natação: os 100 livres (mais um 2.º lugar nos 200 e outro 3.º nos 50). Não sei se recebeu novamente a medalha a chorar de raiva por não ter sido 1.º, mas certamente tem dentro de casa um pai que com a experiência adquirida como jogador e capitão do mais bonito clube português poderá ajudá-lo a controlar energias negativas, focando-se no que é essencial, continuando a treinar para melhorar os seus tempos e brilhar nos absolutos.
Depois, talvez, duas surpresas: Pedro Oliveira, 2.º nos 200 costas (e um 4.º lugar nos 200 mariposa), e Carlos Almeida, ainda júnior de primeiro ano, tal como Tiago e Diana no ano passado, com um 3.º lugar nos 200 estilos.
Foi a melhor participação de sempre da natação portuguesa em provas internacionais e, o mais interessante, todos estes nadadores vêm de clubes desconhecidos do grande público, mesmo daquele habituado ao desporto em geral, a saber: Associação dos Bombeiros Voluntários do Estoril, Clube Naval Setubalense, Clube Natação de Rio Maior e Clube Natação da Amadora. Pois... A contrução dos estádios de futebol do FCPorto e do SLBenfica acabou com as suas piscinas. Agora, vai-se lentamente tentando voltar à tona da água. O Sporting dispõe agora de novas piscinas próprias, deixando de se passear pelas piscinas de Lisboa. O Benfica voltou igualmente há pouco a ter as suas piscinas e o Porto, muito sinceramente, da última vez que ouvi falar tinha visto grande parte dos seus nadadores a ir bater à porta dos clubes vizinhos para poderem nadar. Não esquecer que é este o clube que ostenta ainda hoje com orgulho um catrapázio na sua casa de Lisboa, na Av. da República, com a referência ao seu título na natação no ano em que a Maria Cachucha também o ganhou. Sem ironias, é de lamentar o tratamento dado pelo presidente do FCP a um dos clubes que mais tem dominado a natação portuguesa.
Mas voltando aos sucessos, e para que conste, o campeonato do nosso contentamento foi em Budapeste, Hungria. No domingo começam os campeonatos mundiais absolutos em Montreal, Canadá. Escrevendo de forma realista – para onde as medalhas portuguesas não serão chamadas, salvo milagre, o que, como se sabe, não existe – serão de se esperar finais?