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terça-feira, dezembro 27, 2005

Não aos Contratos

2005 foi o ano em que muitos ases da bola não quiseram cumprir os seus contratos, ao mesmo tempo que nos dizem que foi também o ano em que mais futebolistas entraram no desemprego.
Houve dos que tentaram pressionar os seus clubes e se deram bem e dos que viram que afinal ainda não estão assim tão prontos para entrar no olimpo.
Alguns – muitos – ficam de fora da enumeração, quer por esquecimento, quer por desconhecimento, quer por falta de espaço.

Lá fora:
Luís Figo já andava, a 2 anos do termo do seu contrato com o Real Madrid, a querer saber do seu futuro, cheinho de vontade de sair dali para fora. Passando, no entanto, a imagem de que o clube é que não o queria. Com tanto parlapiê, conseguiu levar a sua avante, saindo do clube mas ganhando boa parte do que ganharia se lá continuasse. Mesmo sem Veiga os excelentes negócios continuam lá para a Figolândia.
Maniche foi para a Rússia ganhar resmas de dinheiro de uma forma que pensava fácil. Não contou foi com o outro planeta que é aquele país. Mas não faz mal. Também parece que vai levar a sua avante – com os bolsos cheios de uns quantos meses de trabalho sob contrato e uns quantos anos de contrato por cumprir. Saiu de Portugal para Inglaterra com escala na Rússia. Quase volta ao mundo em busca de diamantes para cada um dos seus ricos dedos.
Quem não teve tanta sorte foi Michael Owen que quis sair de Liverpool para experimentar o futebol espanhol e o colosso Real Madrid. Não conseguiu ser titular na equipa dos galácticos e, em época de mundial, achou que um ano bastava e ofereceu-se para voltar para os braços de Sua Majestade. Detalhe: volta para o Newcastle, longe de poder disputar os grandes títulos, e ainda viu o Liverpool ganhar a Liga dos Campeões no único ano numa década em que não jogou por eles. Pelo meio, muito dinheirito em transferências de cá para lá e de lá para cá.

Cá dentro:
Liedson fez o que bem lhe deu na gana durante toda a época passada. Achámos-lhe muita piada porque o “Levezinho” era o maior, marcava golos, encantava e, sobretudo, o Sporting ganhava. Até que, tarde e a más horas, enchemos o saco. Sobretudo porque o Sporting passou a perder. Castigado o craque, coisa nunca vista: o Sporting conseguiu passar a ganhar. Não deve haver nada mais humilhante para os craques que se pretendem insubstituíveis do que ver que a sua equipa de bosta – sem eles – também ganha com os restantes pernas de pau.
E que dizer de Douala, que fez 3 ou 4 bons jogos na pré-época e mais 1 na pré-eliminatória da Liga dos Campeões e veio logo a terreiro pedir um aumento do contrato que havia assinado pouco mais de um ano antes, quando deixou o colosso Leiria? Dizer talvez que tantos números e tantas equipas interessadas no rapaz deixaram na sua cabeça e pernas um vazio para jogar futebol desde aqueles – poucos – fogachos.
McCarthy, o Benny das Antas, mesmo com contrato por cumprir, quis sair para um clube maior, onde pudesse ganhar os títulos europeus e mundiais que o Porto não lhe permitiu. Podia cantar de galo pois era mesmo decisivo, o único que parecia marcar os golos decisivos da equipa (bons tempos para nós, quando ainda não tinha calhado de os treinadores do tripeiral deixarem a teimosia de lado e começarem a meter o ciganito Quaresma lá para dentro). De tanto cantar foi-se-lhe definitivamente o pio. E os golos. E os jogos. Agora quer tanto ficar no único clube onde alguma vez fez alguma coisa de jeito que já pretende recusar o mês de férias de Janeiro na sua África natal.
Os vizinhos feios da 2.ª circular também tiveram a sua dose de jogadores e presidentes / empresários hipócritas durante o ano. Miguel fez birra que deu certo. Para ele – com viagem assegurada para Valência – e para o clube – com dinheirito a entrar.
E a saga continuará certamente nos próximos anos.
Contratos são para cumprir... só quando dá mesmo jeito.

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