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quarta-feira, junho 07, 2006

O Craque do Grupo H - Andriy Shevchenko



Andriy Mykolayovych Shevchenko nasceu em 29 de Setembro de 1976, em Dvirkivschyna, perto de Kiev, capital da Ucrânia.
Com 9 anos viveu, como muitos outros ucranianos (então pertencentes à União Soviética), o drama do acidente de Chernobyl e, nessa altura, teve de mudar de escola e suspender o futebol por uns tempos, desporto que começara a praticar há pouco tempo nas camadas jovens do Dinamo de Kiev.
No seu único clube na Ucrânia ganhou tudo o que havia para ganhar a nível doméstico e, depois de se estrear pelo Dinamo em 1994, ganhou 5 títulos da liga nacional nos 5 anos em que os disputou. Em 1998/1999 o Dinamo, liderado por Sheva, claro, conseguiu a proeza de chegar às meias-finais da Liga dos Campeões. Com isso despertou a cobiça do AcMilan que o contratou em 1999.
A estreia pelo Milan foi fulgurante. Logo na primeira época conseguiu ser o melhor marcador da Série A italiana e, assim, tornou-se o primeiro jogador não italiano a conseguir tal feito na estreia.
Nas 7 épocas que jogou no Milan apenas por uma vez, em 2003/2004, conseguiu o título nacional. Em 2004 ajudou, igualmente, a ganhar a SuperTaça Europeia frente ao Porto.
Antes, em 2002/2003, havia marcado o penálti decisivo que deu a Liga dos Campeões ao Milan frente aos arqui-rivais Juventus. Com isso tornou-se o primeiro jogador nascido na Ucrânia a ganhar esse título. Mais tarde, em 2004/2005, viria novamente a ser decisivo na marcação dos penáltis ao falhar aquele que permitiu ao Liverpool erguer o maior troféu europeu, naquele jogo louco em que o Milan esteve a ganhar por 3x0 e se deixou empatar e, por fim, perder no desempate por penáltis.
No Milan, graças aos inúmeros golos que marcou – é o segundo maior goleador do clube em todos os tempos, atrás de Gunnar Nordahl – e ao seu carisma, tornou-se um dos preferidos dos adeptos. No último jogo da época, em casa contra a Roma, não podendo jogar pela sua equipa, pôde, no entanto, ser visto a apoiar o clube junto aos tiffosi na bancada.
Foi, assim, com emoção e tristeza que os adeptos do Milan viveram a confirmação da notícia de que Sheva iria abandonar o clube para ir jogar no Chelsea na próxima época. O milionário clube londrino há muito que o perseguia, mas Sheva não mostrava vontade em sair do Milan. Até que agora foi. Não causaram, por isso, surpresa as palavras de José Mourinho, treinador do Chelsea, quando se confirmou a notícia da transferência: “Hoje é o dia em que o sonho se tornou realidade. [...] Sempre foi a minha primeira escolha para o Chelsea desde que cheguei”.
Segundo os jornais, os valores da transferência, ainda que não tenham sido confirmados pelos clubes, constituem um novo recorde no futebol inglês. Mas, pese embora a quantia astronómica que entra nos cofres do clube milanês, por lá ninguém ficou satisfeito. O director do Milan afirmou que esta separação será uma das mais dolorosas do clube e que esta transferência é uma vitória da língua inglesa sobre a língua italiana, aludindo ao facto de a mulher de Sheva ser americana e de o casal desejar que o filho aprenda inglês. Ou seja, nada a fazer, tudo em paz, amigos como sempre. Em sequência, o clube emitiu um comunicado onde dizia o seguinte: "O Milan agradece Shevchenko, extraordinário homem e atacante, por todas as emoções que nos trouxe nos sete anos que vestiu a nossa camisola".

Graças à sua carreira em Itália, Sheva foi nomeado o melhor jogador europeu em 2004 e, nesse mesmo ano, ficou em 3.º no prémio da Fifa para melhor jogador mundial, atrás de Ronaldinho e de Thiery Henry.
Sheva e a Ucrânia farão a sua estreia em mundiais. A qualificação - directa - para a fase final era um momento há muito esperado e de extrema felicidade para o país. E se o alcançou deveu-o em grande parte à sua maior (única?) estrela, que fez o primeiro jogo pela sua selecção em 1995, com apenas 19 anos, e com quase 30 anos vai poder, finalmente, participar numa grande competição com as cores do seu país.