Mais doping
De vez em quando lá volto ao tema do doping. Não tantas vezes como os casos que vão surgindo publicamente. Se assim fosse, não faria mais nada durante o dia a não ser escrever, escrever e escrever, com a única novidade a acrescentar a cada texto ser o nome de mais um desportista apanhado na rede do doping. Desportista de topo, acrescente-se.
Com o arquivamento do “caso Nuno Assis” todos nós ficámos mal. O atleta, por não ver provada a sua suposta inocência, e o Estado e suas instituições enquanto personalidades declaradamente envolvidas na luta contra o doping por não conseguirem levar a prova que tinham entre mãos pelo menos até ao fim do processo e correspondente julgamento.
Aqui há uns anos Ben Johnson era o mau da fita por, após ter recebido a medalha de ouro nos JO de Seoul, em 1988, ter sido apanhado nas malhas do doping. Veio a ser desqualificado. O prazer e a imensa emoção de ter subido ao mais alto lugar do pódio olímpico, de ter recebido a medalha de ouro e de ter ouvido o seu hino ninguém lho tirará; o desgosto do então 2.º classificado não ter subido ao mais alto lugar do pódio para ouvir o seu hino, nenhuma medalha de ouro e nenhum registo na história de campeão olímpico atribuidos a posteriori substituirão tal momento negado pela batota. Naquele caso de 1988 seria assim não fosse o 2.º classificado Carl Lewis, por muitos e longos anos considerado o “desportista do século”, tendo ganho 10 medalhas olímpicas (9 de ouro). Acontece que em 2003, o bom do Carl, o impoluto Lewis, admitiu que testou positivo 3 vezes por utilização de estimulantes ilegais nos trials para os JO de 1988! Por engano, claro.
A história vem de longe, como se vê. E nunca deixou de tocar aos grandes. A questão é que pensamos que a vergonha não compensa (a minha ingenuidade fala sempre mais alto), que os poderes públicos andam em cima, que os patrocinadores não se aliam aos batoteiros, que o doping mata, que..., que...
No que diz respeito ao ciclismo, provavelmente, e infelizmente, será difícil olhar para um ciclista e achar que ele não faz uso de substâncias ilícitas para fazer face ao esforço desumano a que está sujeito a maior parte do tempo na sua actividade desportiva. Depois do escândalo que houve pré-Tour de França deste ano, com o afastamento, entre outros, de Jan Ulrich (aquele que era apontado como o sucessor de Lance Armstrong) e do nosso medalhado olímpico Sérgio Paulinho, pensava-se que este Tour seria do mais limpo da história. Pois. O vencedor, Flloyd Landis foi apanhado numa etapa com doping (diz ele que bebeu umas cervejas e uns gins a mais na noite anterior a essa malfadada etapa...). Tal não evitou que não fosse a tempo de chegar e subir ao maior degrau dos Campos Elísios com a amarela vestida.
Como se não bastasse esta “tragédia” desportiva, também Justin Gatlin, o campeão olímpico em título da, provavelmente, prova desportiva mais cativante e vista em todo o planeta – os 100m – assumiu há dias que também testou positivo no princípio do ano. Que pelo menos não sobre nada de semelhante para o seu vice-campeão de então. Sim, porque os nossos não se dopam!
O melhor era criarem, em cada modalidade, duas categorias: a dos limpos e a dos dopados.
Quem quereria correr na dos dopados? Aposto que ninguém. Aceitam-se sugestões.
Com o arquivamento do “caso Nuno Assis” todos nós ficámos mal. O atleta, por não ver provada a sua suposta inocência, e o Estado e suas instituições enquanto personalidades declaradamente envolvidas na luta contra o doping por não conseguirem levar a prova que tinham entre mãos pelo menos até ao fim do processo e correspondente julgamento.
Aqui há uns anos Ben Johnson era o mau da fita por, após ter recebido a medalha de ouro nos JO de Seoul, em 1988, ter sido apanhado nas malhas do doping. Veio a ser desqualificado. O prazer e a imensa emoção de ter subido ao mais alto lugar do pódio olímpico, de ter recebido a medalha de ouro e de ter ouvido o seu hino ninguém lho tirará; o desgosto do então 2.º classificado não ter subido ao mais alto lugar do pódio para ouvir o seu hino, nenhuma medalha de ouro e nenhum registo na história de campeão olímpico atribuidos a posteriori substituirão tal momento negado pela batota. Naquele caso de 1988 seria assim não fosse o 2.º classificado Carl Lewis, por muitos e longos anos considerado o “desportista do século”, tendo ganho 10 medalhas olímpicas (9 de ouro). Acontece que em 2003, o bom do Carl, o impoluto Lewis, admitiu que testou positivo 3 vezes por utilização de estimulantes ilegais nos trials para os JO de 1988! Por engano, claro.
A história vem de longe, como se vê. E nunca deixou de tocar aos grandes. A questão é que pensamos que a vergonha não compensa (a minha ingenuidade fala sempre mais alto), que os poderes públicos andam em cima, que os patrocinadores não se aliam aos batoteiros, que o doping mata, que..., que...
No que diz respeito ao ciclismo, provavelmente, e infelizmente, será difícil olhar para um ciclista e achar que ele não faz uso de substâncias ilícitas para fazer face ao esforço desumano a que está sujeito a maior parte do tempo na sua actividade desportiva. Depois do escândalo que houve pré-Tour de França deste ano, com o afastamento, entre outros, de Jan Ulrich (aquele que era apontado como o sucessor de Lance Armstrong) e do nosso medalhado olímpico Sérgio Paulinho, pensava-se que este Tour seria do mais limpo da história. Pois. O vencedor, Flloyd Landis foi apanhado numa etapa com doping (diz ele que bebeu umas cervejas e uns gins a mais na noite anterior a essa malfadada etapa...). Tal não evitou que não fosse a tempo de chegar e subir ao maior degrau dos Campos Elísios com a amarela vestida.
Como se não bastasse esta “tragédia” desportiva, também Justin Gatlin, o campeão olímpico em título da, provavelmente, prova desportiva mais cativante e vista em todo o planeta – os 100m – assumiu há dias que também testou positivo no princípio do ano. Que pelo menos não sobre nada de semelhante para o seu vice-campeão de então. Sim, porque os nossos não se dopam!
O melhor era criarem, em cada modalidade, duas categorias: a dos limpos e a dos dopados.
Quem quereria correr na dos dopados? Aposto que ninguém. Aceitam-se sugestões.
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