Futebol é Para Meninas

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terça-feira, março 15, 2005

GABRIEL BATISTUTA - De gordito a Batigol

Gabriel Batistuta tem 36 anos e anunciou esta semana a sua retirada do futebol profissional, pelo menos enquanto jogador. Ao contrário do que se pensou, diz que não foram as lesões que determinaram esta retirada mas antes a falta de motivação que sentia para continuar a jogar. Estava no Qatar desde 2003 e confessa que há muito que não passava tanto tempo do seu dia com os seus filhos. E que passava igualmente muito do seu dia a jogar golfe, paixão a que se vem dedicando. Reforma de luxo, portanto.
Batistuta é desde há muitos anos um dos jogadores de quem mais gosto. Por sua causa sigo até hoje a Fiorentina. E, mais importante, por sua causa (e de mais um ou outro) quis conhecer a Argentina, país-continente que todos nós deveriamos ter o direito de pisar.
Na Argentina começou a jogar no Newell´s, passando depois para o River Plate. Era chamado de gordito e não deixou muitas saudades quando passou para os rivais do Boca, em 1990. Aí apanhou o lugar de n.º 9 e não parou mais de marcar golos.

(Com a camisola linda do River sem que fosse ídolo / Com a camisola feia do Boca sendo ídolo)

Apesar de, pode dizer-se, não ter jogado muitos anos no topo da liga Argentina (1988-1991), jogou nos dois maiores clubes e, ao nível da selecção é o maior goleador de todos os tempos. Olhando para esta estatística, afirmou certa vez que se admirava que fosse ele a conseguir este marco e que lhe dava vergonha de pensar que meteu o dobro dos golos de Diego. Diego Maradona, o ídolo maior do futebol argentino. Gabriel Batistuta, o jogador em actividade mais amado pelos argentinos.

(O jogador argentino mais amado depois de Diego com a camisola da Argentina - nos primeiros anos e no final, desiludido por não ter ganho o campeonato mundial)

E amado também por Florença, cidade a que chegou em 1991 para jogar no clube local, a Fiorentina, e de onde só saiu 10 anos depois. Chegou com 21 anos e saiu com 31. Na Fiorentina demonstrou logo todo o seu profissionalismo e respeito pelo clube. Rebaixada para a segunda divisão, acompanhou a equipa e ajudou-a a recuperar o lugar entre os maiores. Não que este comportamento devesse ser de aplaudir, uma vez que tinha contrato com o clube e esta fosse a consequência mais natural. Mas bem sabemos que os craques que ajudam a atirar as equipas para as divisões inferiores têm tendência a logo saltar do barco. Com a Fiorentina, o maior clube italiano para o Futebol é Para Meninas, mas que não costuma ganhar assim tantos títulos, conseguiu ganhar uma Taça de Itália e uma Supertaça. E ainda discutiu um campeonato quase até ao final. Desde estes tempos ficou famosa a sua forma de comemorar os golos correndo até à bandeirola de canto e mostrando toda a sua imponência de torero. Olé!
Ficou conhecido como o Rei Leão. Ou Batigol. O marcador de golos em série.

(10 anos de Batigol em Florença)

Em 2000 saiu para jogar na Roma e tentar o sonho de ser campeão italiano. Conseguiu-o logo no primeiro ano. Ficou, porém, famosa a sua imagem chorando quando marcou um golo à sua Fiorentina. Nunca esqueceu Florença e Florença nunca o esqueceu. O presidente da câmara já disse que gostava que se realizasse um jogo de despedida de Bati no estádio local.

(Comemorar golos com outras camisola italianas ... só se não for à Fiorentina)

Depois da Roma ainda tentou seis meses no Inter de Milão e, por fim, o descanso no Qatar.
Agora regressará à sua cidade natal, Reconquista, em Santa Fé, onde tem uma fazenda com gado, ou regressará a Florença. Diz que pretende vir a ser treinador de futebol. O que parece um bocado contraditório com a afirmação de que não vê jogos de futebol e de que, ao Ronaldinho, apenas o viu nas publicidades. Ficamos, no entanto, a torcer para que continue presente no maior jogo do planeta.

2 Comments:

  • At 8:48 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Uma história digna de um ser humano exemplar, sou brasileiro e com muito orgulho e respeito, olho parq um jogador como Gabriel e digo... esse foi um dos maiores jogadores por quem pude torcer.

    Desejo a ele todo o sucesso e reconhecimentoque ele merece, de um dos seus maiores fãs,

    Rodrigo.

     
  • At 7:10 da manhã, Blogger arthur pamplona said…

    Vi pelo youtube,um trecho de uma entrevista de Batistuta para a Hebe argentina Susana Gimenez,ao lado da esposa e dos 4 filhos .Que exemplo de carater e serenidade uma familia bonita e unida baseada em valores e amor .num esporte de massa onde todos que atingem notoriedade trocam aquela que esteve ao seu lado quando as vacas eram magras Bati como é chamado em seu país mantem-se fiel a a namoradinha da adolescencia com quem formou uma grandiosa familia ,ao inves de idolatrarmos a hipocrisia de Pelé, as sanices de Maradona e as trapalhadas de Ronaldo vamos nos mirar em um homem com valores e princípios que ninguém se incomoda ao contrário agradece de ser modelo para seu filho

     

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