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quarta-feira, junho 01, 2005

Um Brasileiro Em Paris

Gustavo Kuerten ganhou por três vezes em Roland Garros, 1997, 2000 e 2001. Por altura do primeiro título era praticamente um desconhecido, o número 66 do mundo, que nunca tinha ganho um torneio ATP. Passou por adversários difíceis, como o ex campeão Thomas Muster, e foi conquistando o exigente público francês à medida que ia avançando pelas rondas até à final. Claro que para isso contribuiu o seu jeitinho bem brasileiro, carismático, alegre, bem medidos nas suas roupas coloridas - azul e amarelo como a bandeira do seu país.
Os franceses têm tido desde aí a possibilidade de gritar por Guga. Mas nos últimos anos Guga não tem estado muito bem, principalmente devido a problemas físicos.
Este ano em Roland Garros ficou-se pela primeira ronda, eliminado pelo espanhol David Sanchez. Quem não soubesse quem era Guga e qual o seu percurso no Grand Slam francês poderia ficar admirado com a recepção que ele teve. No entanto, eu acompanho-o desde a sua primeira vitória e, mesmo assim, não pude deixar de ficar impressionada com o apoio que lhe foi dedicado este ano. Jogava no Court 2, o quarto em importância, absolutamente apinhado e com filas enormes cá fora com pessoas pacientes à espera de poderem entrar para assistir ao seu jogo. Ao lado, o Court 3 já não tinha nenhum jogo em disputa e o público decidiu ocupar os seus topos que dão para o court onde Guga jogava. No court principal, o Philippe Chatrier, jogavam Andy Roddick e JW Tsonga mas o seu público prestava tanta atenção a este jogo como ao que se vivia lá em baixo no Court 2, donde vinham aplausos e gritos ensurdecedores de incentivo ao brasileiro. Assim que o jogo do Roddick acabou, também os topos do Philippe Chatrier foram logo ocupados.
Não sei se a derrota de Kuerten foi decepcionante para as milhares de pessoas que o tentavam ver jogar, tal foi a clareza do resultado do jogo, mas deu para ficar com a certeza de que o rei nunca perde a majestade. E de que para o ano, seja em que condições se apresentar, Kuerten terá novamente milhentos adeptos à sua volta só para o ver com uma raqueta na mão e gritar até cansar Guga Guga Guga.