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quarta-feira, junho 07, 2006

O Craque do Grupo G - Thiery Henry

Com Zinedine Zidane, para muitos ainda considerado o melhor do mundo, com despedida anunciada do futebol, à França não faltam cabeças de cartaz: David Trezeguet, Fabian Barthez, Claude Makelele. Mas o futebolista francês mais querido e procurado, tanto pelos adeptos como pelos media, é Thiery Henry.



Thierry Daniel Henry nasceu a 17 de Agosto de 1977 em Les Ulis, arredores de Paris.
Titi, como é carinhosamente conhecido, é filho de pai vindo de Guadalupe e mãe vinda da Martinica. É casado e tem uma filha de 1 ano.
Quando pequeno, começou a jogar futebol no clube do seu bairro, típico dos subúrbios parisienses mas invulgarmente dotado de equipamentos desportivos. O seu pai fazia força para que Thiery jogasse à bola e se dedicasse ao futebol. Por isso o acompanhava e desde cedo afirmou que o filho iria jogar pela França. Acertou em cheio. Há quem diga que Thiery tinha o talento e o pai a ambição.
O grande ídolo do francês era, como a maior parte dos rapazes do seu tempo, Marco Van Basten, o talentoso e carismático holandês que foi obrigado a deixar muito cedo o futebol devido às lesões e que hoje é seleccionador do seu país. A vê-lo jogar terá copiado e aprimorado a precisão do seu remate.
Titi é um jogador rápido e explosivo, com uma poderosa aceleração, e remata forte. Marca muitos golos mas não dá muitos menos a marcar aos seus colegas. É, pois, um jogador de equipa.
Thiery Henry é hoje um striker, um n.º 9. Mas nem sempre foi assim. Arséne Wenger era o treinador do Monaco quando Henry se estreou na 1.ª divisão francesa, em 1994, com apenas 17 anos. Nessa altura, puxou-o para a ala, uma vez que à frente e no centro jogava Sonny Anderson, então na berra.

Quando foi contratado pela Juventus, em 1998, Henry viria a jogar também na ala. Não se adaptou minimamente ao futebol italiano, muito disciplinado defensivamente, e não aqueceu lá lugar.
O mesmo Arsene Wenger convenceu-o a vir para o Arsenal e fez-lhe ver que era um verdadeiro n.º 9.
Assim, em 1999 veio para ser ídolo no Arsenal. Mas essa certeza só Henry a tinha. Na verdade, quando chegou vinha com a missão de substituir outro francês, o então talentoso e bem sucedido Nicolas Anelka. Nem os mais ambiciosos, Titi e seu pai à parte, imaginavam que viria a ter um papel tão marcante na história do Arsenal.
Irá para a sua 8.ª época na equipa londrina, acabadinho de renovar contrato até 2010, depois de muita especulação sobre uma hipotética transferência para o Real de Madrid ou Barcelona. É apenas o melhor marcador de sempre da história do clube, tendo superado o record de outro mítico do clube, Ian Wright de seu nome. E teve o privilégio de marcar o último golo no último jogo disputado no velhinho estádio do Arsenal, o não menos mítico Highbury.
Mas até conquistar o topo do mundo do futebol, o capitão dos gunners confessa que quando chegou a Inglaterra teve de redescobrir o seu instinto pelo golo e foi como se voltasse à escola para re-aprender tudo sobre a arte de marcar golos. Foi um bom aluno, sem dúvida, e conquistou os adeptos e a crítica inglesa, que o votaram inúmeras vezes como o melhor jogador da Premier League.
Em Inglaterra ganhou tudo o que havia para ganhar (Premier League em 2001/2002 e 2003/2004, FA Cup em 2002, 2003 e 2005), a juntar ao campeonato francês que alcançou com as cores do Monaco em 1996/1997. Pelo Arsenal falta-lhe apenas um título internacional. Mas andou bem perto dele: foi finalista vencido da Taça Uefa de 1999/2000 e da Liga dos Campeões deste ano, frente ao colosso Barcelona de Ronaldinho.
Em compensação, pela selecção francesa não lhe falta ganhar mais nada: foi campeão mundial, em casa, em 1998 (apesar de não ter jogado a final por opção técnica, mesmo tendo sido o melhor marcador de França no torneio), e campeão europeu em 2000.
No mundial de 2002, Thiery e os seus bleues, com a aura de campeões, viveram o inferno das derrotas e o fiasco de serem corridos logo na primeira fase e, pior, sem sequer marcarem um golo.
Para este mundial, o da Alemanha 2006, a participação de França e de Thiery Henry não poderá ser pior. Titi estreou-se em 1997 pela selecção francesa e vai para o seu 3.ª mundial.
Ao seu rico palmarés junta-se ainda o prémio de segundo melhor jogador do mundo que lhe foi atribuido pela Fifa em duas ocasiões: em 2003 (atrás do compatriota Zinedine Zidane) e em 2004 (atrás de Ronaldinho).
Para além do futebol que se joga nos relvados, é ainda uma das caras mais mundialmente conhecidas da Nike e deu corpo e imagem à campanha pelo não ao racismo, que fez vender as pulseirinhas preta e branca como pãezinhos quentes.