Futebol é Para Meninas

O Blogue de Todos os Desportos

quinta-feira, novembro 30, 2006

Penteados


Quem fala do cabelo "ridículo" de Paulo Bento por acaso já olhou para o do David James?

sexta-feira, novembro 24, 2006

O Suíço do Costume

Roger Federer recuperou o Masters que lhe escapara o ano passado.
Mais um ano em grande.
Grande? Grande é pouco, mas não consigo arranjar nenhuma palavra que exprima os feitos do suíço.
Vamos então aos factos que não nos deixam argumentos:
- Durante todo o ano de 2006 só em 1 torneio Roger não conseguiu chegar à final (aconteceu em Cincinnati);
- Apenas 2 jogadores conseguiram vencer Roger – Andrew Murray por 1 vez e Rafael Nadal por 4 vezes;
- Feitas então as contas, foram apenas 5 as derrotas de Roger durante todo o ano;
- Alcançou 6 finais consecutivas de torneios do “grand slam” (todas as 4 deste ano que se somaram às 2 consecutivas que já levava do ano passado);
- Ganhou 12 torneios ao longo deste ano, chegou à final em mais 4 e apenas perdeu na 2.ª ronda em 1 deles;
- Acabou o ano como número 1 pela 3.º vez consecutiva.
Para o ano há mais e a grande questão é: irá Roger Federer deixar os outros tenistas ganhar alguma coisa?


Federer conseguiu ainda, em 2006, ganhar pela primeira vez em casa, em Basileia

quarta-feira, novembro 22, 2006

Thorpedo em Seco


Trials australianos para os Jogos Olímpicos de Atenas 2004. O campeão olímpico em título dos 400 livres, Ian Thorpe, vai tentar uma das 2 vagas para a sua prova. Só um azar tremendo seria capaz de o afastar de alcançar a vaga. E ele acontece: Thorpe cai na água. Não salta, cai desamparado. Falsa partida dá direito a desqualificação o que, neste caso, dava ainda direito ao "bónus" de afastamento da possibilidade de defesa do título olímpico. E mais outro "bónus": comoção no povo australiano pelo azar do seu maior desportista.
Resultado? Craig Stevens, o dono da 2.ª vaga nos 400 livres (e já com participação olímpica assegurada para os 1500 livres), acabou por ceder o seu lugar ao herói australiano, depois de muita pressão dos media e de vários quadrantes da sociedade aussie - desportiva e até do primeiro ministro!
Este episódio ilusta bem a projecção alcançada por Ian Thorpe, nadador, nascido em 13 de Outubro de 1982, e que a 21 de Novembro de 2006, aos 24 anos, anunciou a sua retirada da natação profissional.



O Sydney Morning Herald titulava ontem:
“2.53pm: the time we lost Thorpe”
Um dos heróis do desporto australiano (que estranho um nadador poder fazer capas de jornais e poder ser considerado um dos maiores de um país…) escolheu esta hora para decidir parar de nadar profissionalmente. Não foi a hora em que o anunciou ao mundo (a tarde do dia 21 de Novembro); foi a hora que decidiu fixar para este final – 2.53 do passado domingo.
Nada de mais.
Afinal, tudo na carreira de Ian Thorpe parece ter sido programado. O tudo é o seu início na natação, “fabricado para ser campeão”, especialmente para ganhar títulos olímpicos nos Jogos em casa, Sydney 2000, foi um prodígio desde cedo. O que certamente não se previu foi este final antecipado, uma vez que Thorpe tem apenas 24 anos. E não se previu também que sofrer dói e que a dor tira a piada da coisa, neste caso das braçadas e das pernadas. Thorpe, supostamente assolado por lesões nos últimos anos, chegou à conclusão que a natação já não era o mais importante para a sua vida e que precisava de provar outras coisas para além da natação.
A notícia do abandono de um dos 2 maiores nadadores da actualidade (o outro é o americano Michael Phelps), 1 dos maiores de todos os tempos, o maior nadador australiano de sempre e o maior desportista australiano da actualidade, deixou os seus compatriotas divididos. Se há aqueles que se mostram agradecidos pelos feitos de Thorpe e compreendem a sua decisão, outros há que a criticam, não entendendo qual o motivo para um jovem que é pago a peso de ouro para nadar decidir dar um fim nessa vida. Pois… experimentem levantar-se todos os dias às 5 / 6 da manhã, deixar a água das piscinas lá para as 21 horas, viver o resto do dia em exercícios de musculação, ganhar tudo o que há para ganhar, incluindo o reconhecimento público do mundo. Motivação, precisa-se.
Diz-se que a Thorpe o espera agora uma carreira de actor em Hollywood ou de apresentador de programas de televisão ou um lugar como embaixador da ONU ou a faculdade de medicina. Ou talvez uma carreira política, uma vez que parece que os partidos mostraram já vontade de obter os seus serviços. Uhm! Além de carismático o rapaz é versátil!
Ian Thorpe já dava nas vistas na natação australiana mas mostrou-se definitivamente ao mundo ao tornar-se o mais jovem nadador de sempre a ganhar um título mundial – os 400 livres nos Campeonatos Mundiais de Perth 1998, com apenas 15 anos. Já antes, com 14 anos, havia sido o mais novo nadador a representar a Austrália.
Nos Campeonatos Mundiais de Fukuoka 2001 tornou-se o único nadador a conquistar 6 títulos num só campeonato. Talvez venha dai a sua extrema popularidade na Ásia, em particular no Japão.
Ganhou 5 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos – outro máximo no que ao seu país diz respeito – 3 nos JO de Sydney 2000 e 2 nos JO de Atenas 2004, nas quais se incluem o bis nos 400 livres, a sua distância. A estas devem ser acrescentadas mais 3 medalhas de prata (2 em Sydney e 1 em Atenas) e 1 medalha de bronze (em Atenas, nos 100 livres, longe de ser a distância mais favorável para Thorpe, que demostrou uma coragem enorme para disputar esta prova no maior evento desportivo do planeta).

O sucesso de Thorpe é atribuído a um talento natural, certamente. E a um físico natural, também, mas fora do comum. À nascença Thorpe media uns gigantescos 57,5 cm. Hoje mede 1,96 cm. Uma enorme vantagem, a que acresce o seu famoso “pé de basquetebolista”. A sua técnica de crawl foi apelidada de “superior” e “extraordinária” pela revista “Swimmming World” , mas é na sua pernada que estará o seu ponto mais forte – consegue realizar um batimento de cerca de 8 ou até 10 pernadas por 2 braçadas, quando a maioria dos nadadores faz apenas 6.
No entanto, as pernadas e braçadas e a vida na água apenas continuará no mar ou, eventualmente, numa piscina de ondas: Ian Thorpe já afirmou que agora pretende dedicar mais tempo ao surf. Se assim é, good waves, Thorpie!

Arrivederci Champions


Golo de Hernan Crespo, 1x0 para o Inter, Sporting falha passagem para a fase seguinte da Liga dos Campeões.
Um Inter com inúmeras vedetas - dos melhores jogadores do mundo - não consegue jogar bem à bola. Mas chega para ganhar, é claro.
O Sporting não esteve muito melhor. E nem a falta de sorte serve de desculpa. Não foi por Liedson ter feito questão de ver o amarelo que o deixou fora desta partida, nem por Djaló se ter lesionado na selecção, nem por, primeiro, Caneira ter saído lesionado logo nos minutos iniciais do jogo de hoje e, depois, Abel (seu substituto) ter igualmente saído por lesão uns minutinhos depois de ter acabado de entrar, não foi por nenhuma destas razões que o Sporting perdeu.
Terão ajudado? Não sei. O que ajudou de certeza foi o facto de não termos conseguido fazer um jogo sequer interessante. Os poucos desiquilibradores (o medo ou o respeitinho pelo adversário impuseram cautelas defensivas num meio campo constituido por Custódio, Paredes e Farnerud, todos juntos de uma só vez), Moutinho e Nani e, depois, Carlos Martins pura e simplesmente não apareceram em São Siro.
Quanto a Nani, se quer mesmo jogar pelo Inter (ou qualquer outro grande clube) é melhor que volte a jogar à bola com os colegas e se lembre que não está nos pelados de Massamá a jogar ao 1 contra todos.

terça-feira, novembro 21, 2006

10.ª Jornada - Maritimo 0x1 Sporting

Telo rematou e, com a ajuda do guarda-redes do Maritimo, a bola entrou.
Uns minutos depois, o estreante puto (18 anos) Rui Patrício, na baliza do Sporting, defendeu um penálti a 15 minutos do fim.
Sorte para o Sporting, dizem alguns. Nasceu um herói, consideram os jornais por unanimidade.
Mas o que aconteceu efectivamente foi um Sporting dominador e a jogar para marcar durante toda a 1.ª parte. O Maritimo optou por apreciar a paisagem realmente linda da ilha e bailar a nossa música. Mas, com Bueno na equipa (Alecsandro não é muito menos tosco mas ainda vai marcando golos) e tendo em conta que os golos andam aborrecidos com Liedson, dificilmente se marcaria um golo. Mesmo com Carlos Martins e suas bombas em campo. Em resumo: 1.ª parte Maritimo não apareceu, logo, Rui Patrício não se viu.
Na 2.ª parte o Maritimo lembrou-se que era o anfitrião e fez mais qualquer coisa. Viu-se, então, que nos treinos Rui Patrício está atento aos cruzamentos para a zona de Ricardo e faz questão de o tentar igualar. Ui, ai, ufa.
Jogo dividido, Sporting marca.
Com 1x0 o Sporting faz então o costume: segura o resultado e deixa correr o tempo.
Até que, falta fora da área (praticamente sobre o risco mas claramente fora) e penálti. O maritimista remata para a frente e dificilmente um gigante com 1,88m que enche a baliza não apanhava esta.
Não, não estou a querer retirar mérito ao nosso novo craque. Simplesmente, vi o jogo e vi as suas claras falhas e hesitações e não gosto que me tratem por parva e me tentem impingir qualquer historinha. Dito isto, sim, também sonho ser escolhida da bancada para defender a baliza do Sporting e ter um penálti para defender nos últimos minutos, seguidas das páginas de todos os jornais do dia seguinte em letras garrafais "Susana Santos, 32 anos, a nova líder do Sporting".
Por falar em líderes, mantemos os 2 pontos para o Porto, 1.º classificado, e o Benfica, 6.º classificado, já nos vê a 7 de distância.

sábado, novembro 18, 2006

Tudo tem um Preço

Pois é.
Tudo tem um preço.
E o do futebol, aqui no nosso país, é bem elevado. Bem têm razão aqueles que adoram dizer qualquer coisa como isto "pois, os malandros dos portugueses, andam sempre em queixinhas com falta de dinheiro, mas para o futebol não têm eles falta".
Claro que quem diz isto não reparou ainda bem na composição das bancadas dos nossos estádios:
No caso do Sporting, a imprensa não se cansa de realçar o facto de haver sempre muitos adeptos no estádio, mas a verdade é que a média de 30000 anda bem longe da lotação de 50000.
O Benfica, esse, provavelmente nem aos 30000 chega de média, e o seu estádio leva tão só o dobro do pessoal.
O Porto, sim, parece chegar perto da ocupação do seu estádio, mas não a esgota na esmagadora maioria das vezes.
Quanto aos outros estádios... com o Guimarães na 2.ª divisão os outros clubes não têm mais de 2000-3000 pessoas a assistir aos jogos, quando não menos.
No entanto, basta uma ronda na Internet pelas tabelas de preços dos clubes de campeonatos lá de fora e, principalmente em Inglaterra, apanhamos com o "sold out" nos jogos mais próximos.
E quanto a preços para jogos entre clubes "grandes" nos campeonatos lá de fora, temos os seguintes como mais baratos (não esquecendo o termo de comparação de 65 Euros também para o bilhete mais barato para o público em geral para o próximo Sporting x Benfica):
- Espanha: Barcelona - 69 Euros; Valencia - 60 Euros;
- Inglaterra: Arsenal - 46 Euros; ManUtd - 23 Euros; Tottenham - 39 Euros;
- França: PSG - 32 Euros; Bordéus - 15 Euros;
- Itália: Inter - 17 Euros; Roma - 15 Euros;
- Alemanha: Bayern - 12 Euros; Estugarda - 12 Euros; Werder Bremen - 9 Euros.

E mais, não esqueço que aquando da final da Taça Uefa, repito, FINAL, paguei 35 Euros por bilhete que não foi sequer o mais barato. Também foi em Alvalade, mas o promotor do evento não era nenhum clube português!

quinta-feira, novembro 16, 2006

E Viva os Ricos!

O Sporting divulgou os preços dos bilhetes para o próximo jogo em casa, o clássico de sempre, Sporting x Benfica.
Sentem-se, senhores, que é para não cairem. Melhor, coloquem tapetes de borracha e esponja a toda a volta, pois a queda é inevitável e assim sempre se amortece um pouco o choque.
1, 2, 3, diga lá outra vez:
40 Euros o mais barato para sócios, se comprado até à véspera!
65 Euros o mais barato para não sócios, se comprado até à véspera!
Mesmo tento o bilhete de época, a omnipresente "GameBox", não deixo de dizer:
Estes tipos são mesmo uns betos que vivem num país só para eles.
Viva o luxo!