Futebol é Para Meninas

O Blogue de Todos os Desportos

terça-feira, maio 31, 2005

Roland Garros 2005

Há anos que sonhava ir a Roland Garros, o que considerava mais credível de acontecer do que a chegada do Sporting a uma final europeia.
A verdade é que estes dois "factóides", como diria um antigo prefeito brasuca, ocorreram no mesmo ano. E no mesmo mês. Por isso, não foi exagerado pensar que, desportivamente, Maio de 2005 seria o meu melhor mês. Independentemente dos resultados, a experiência de poder estar presente em dois dos maiores eventos desportivos já ninguém me a pode tirar.
O Stade Roland Garros fica situado mesmo na grande Paris, junto a Porte d´Auteuil, e está servido quer por autocarros quer por metro. Ou seja, e para quem gosta de eventos desportivos em geral, ultrapassada a fase da compra de bilhetes (não tão fácil assim mas com preços bastante acessíveis), é uma experiência que deve ser considerada para quem visita Paris no mês de Maio. Ou então, quem visita Paris deve escolher o mês do Roland Garros e aproveitar para passear também pela cidade. Foi este o meu caso.
A escala do espaço do torneio é imensa. São 18 courts mais o Suzanne Lenglen e o Philippe Chatrier, com capacidade para 10068 e 15166 pessoas, respecivamente. O Court 1 serve ainda 3518 pessoas. E a Praça dos Mosqueteiros, zona onde se concentra toda a gente a caminho dos courts ou simplesmente para aí estar a ver as vistas, parece que leva aí umas 500000 pessoas, tantos são os encontrões e a incapacidade de se dar 2 passos determinados seguidos.

A opção de se escolher um dos dois primeiros dias do torneio para o visitar permite-nos, pelo menos em teoria, ver jogar metade dos 256 tenistas (128 meninos + 128 meninas) em prova - os melhores do mundo, não fosse Roland Garros, a par de Wimbledon, o mais carismático torneio de tenis.
Passada a fase do deslumbre enquanto caminhava pelo Stade, veio depois o deslumbre pelos courts em si. Algo de familiar, contributo das longas quinzenas passadas em frente à tv (bendito Eurosport), mas completamente inesperado no que respeita à sensação de se poder sentar numa daquelas cadeiras em que se aplaude e puxa por aqueles que estão lá em baixo, eles próprios a tentar cumprir o sonho de uma vida. No Suzanne Lenglen deu para ver o Guillermo Canas com o Gael Monfils, esperança francesa.

No Philippe Chatrier o Andy Roddick com o JW Tsonga, também francês.

Os franceses, a jogar em casa, nas primeiras rondas têm sempre a prerrogativa de jogar nos coutrs principais.
Alleeeeezzzzz.
Um especial obrigada ao casal francês que aceitou a sugestão que lhe foi apresentada de nos dar os bilhetes do Philippe Chatrier, uma vez que era final de tarde e tinham certamente de ir preparar a janta e, por isso, não iriam voltar mais para o court. Pois é, uma das coisas menos boas em Roland Garros é que, ou se compra o bilhete para o Philippe Chatrier e demais courts com excepção do Suzanne Lenglen e o Court 1, ou se compra o bilhete para o Suzanne Lenglen e demais courts com excepção do Philippe Chatrier e Court 1. Teria sido uma desilusão não poder assistir a tenis num dos dois principais courts, assim, a viagem não poderia ter corrido melhor.

Festa Verde

A vitória do Setúbal na Taça de Portugal não é tabu nenhum.
Ou seja, a paragem de letrinhas tecladas aqui no Futebol É Para Meninas não tem que ver com qualquer branqueamento da história futebolística portuguesa.
Não me custa nada admitir que o Setúbal foi a única equipa que desde o princípio do jogo procurou ganhar, fez mais ataques, teve mais cantos e marcou mais golos.
Como os nossos media tinham afirmado na sequência do jogo do título aqui há umas semanas atrás, parece que desta vez a sorte protegeu mesmo os audazes que, por acaso ou não, até foram os melhores em campo.
E foi ainda bonito de ver como existem milhares de portugueses capazes de vibrar com a vitória de um clube que não dos ditos três grandes. E mais bonito ainda por a cor predominante ser o verde.

sexta-feira, maio 20, 2005

O Meu Treinador

Quando no princípio da época José Peseiro afirmou que tinha o melhor plantel da Super-Liga, muitos o julgaram louco e pensaram que teria de engolir as suas palavras, tanta era a fé que colocava nos seus jogadores.
Mas não deveria ser sempre assim, o treinador a defender os seus? Não terá sido esta uma forma inteligente de lhes dar ânimo para a maratona que se estava a iniciar?
Quando Peseiro afirmou que tinha como objectivo levar o Sporting a jogar a final da Taça Uefa no seu estádio, houve quem continuasse a ver aqui arrogância e um estado de demência (eu não chego a tanto, mas lá que achei que o nosso treinador era um homem de cheio de fé e com sentido de humor, lá isso achei).
Chegados a uma semana e meia do fim da época, o balanço era o seguinte:
- Taça de Portugal: Sporting eliminado na Luz pelo Benfica, no desempate por penáltis, num jogo épico, em que o Benfica havia chegado à igualdade no último minuto do prolongamento depois do Sporting estar a jogar com 10;
- Taça Uefa: qualificação para a final, após uma segunda eliminatória com o Az Alkmaar, com um golo no último minuto do prolongamento;
- Super-Liga: disputa do penúltimo jogo na posição de líderes do campeonato contra o segundo, Benfica, no estádio deste. A sete minutos do fim, golo que deu a derrota numa jogada que ainda hoje não se sabe se deveria ter sido validada.
Resumo da ópera: com excepção dos dois últimos campeonatos ganhos, há para aí uns 20 anos que o Sporting não fazia uma época tão boa como esta. Não foi extraordinária porque não ganhámos nada. E se não ganhámos a culpa foi do treinador. E se chegámos até aqui a culpa também foi do treinador.
Por isso, há que continuar com o que está bom para se poder evoluir e chegar ao muito bom. E não se ser injusto, inchando quando se ganha e achincalhando aqueles que nos dão a possibilidade de incharmos quando se perde.
Lamentável aquela assobiadela de ontem no momento em que Peseiro recebia a sua medalha, esquecendo os "assobiadores" que foi também por sua causa que ali estavamos todos. Ou acaso preferiam não ter pelo menos vivido a final?

Privilégio

CSKA 3x1 SCP
(Final da Taça Uefa 2005, 18 Maio, Alvalade)
O incrível tinha acontecido: Sporting, depois de épocas e mais épocas a fazer jogos miseráveis nas competições europeias, perdendo com equipas poderosas como o Viking e outros que tais, chega à final da Taça Uefa em 2005.
Alguma esperança tinha, pois havia garantido o meu bilhete (4, para ser mais precisa) logo em Dezembro. Bom, para ser sincera, comprei-os para ir ver duas equipas jogarem a final, longe de imaginar que uma delas fosse a minha. Mas a brincar sempre ia dizendo que o Sporting estaria na final. A brincadeira concretizou-se.
No caminho para o estádio sou ultrapassada pela camioneta do Sporting, vinda de Alcochete. Na entrada para o meu sector, cruzo-me com Dias da Cunha, sempre solicito para ouvir os adeptos do clube. As coisas não estavam a correr nada mal.
E, quando o jogo começou, o mais difícil foi conseguido: marcar um golo aos russos cedo, sem sofrer nenhum. E mais, o Sporting estava a jogar muito bem e dava tudo o que tinha. Quem estava descrente na vitória só pode ter mudado de ideias.

Depois do intervalo, e com o golo do empate - mais um livre no local do costume -, a descrença começou a instalar-se. Viu-se então que o Sporting tinha dado mais do que podia. A verdade é que a equipa, que já estava de rastos fisicamente, ficou psicologicamente mais do que para baixo. Veio o segundo golo dos russos e, na jogada em que mandámos uma bola toscamente ao poste, de um contra-ataque veio o terceiro deles.
Estava feito.
Vê-se agora que não podia ser diferente. Estou conformada.
Enakarirhe e Rogério vinham de lesão. Beto andou o ano todo semana sim semana não lesionado. Rochemback tenta aguentar-se como pode devido a problemas físicos. Pedro Barbosa tem fogachos e ontem, infelizmente, não teve nenhum. Sá Pinto e Liedson (a dar tudo para se mostrar ao mundo nesta final) estiveram desinspiradíssimos. No banco, Douala e Niculae não andam bem fisicamente há muito. Pinilla, que apareceu só agora e por isso só agora contava como opção, lesionou-se antes do jogo. Custódio, estranhamente, ou talvez não, no banco também só recuperou de lesão há 2 ou 3 jogos.
Pois é, cá em Portugal não estamos habituados a tantos jogos por ano e diz que os plantéis não dão para fazer uma gestão como o das equipas inglesas.
A verdade é que para uma final a equipa tem de se transcender, quer do ponto de vista físico quer psicológico, e o Sporting só o conseguiu durante 45m. Do ponto de vista técnico os nossos jogadores nunca desiquilibraram individualmente. Nenhum esteve numa noite sim.
Já os russos, pelo contrário, defenderam quando o tiveram de fazer, sofreram o golo contra as suas expectativas mas conseguiram dar a volta por cima e não necessitaram da força para virar o jogo. Bastou-lhes a arte a que já tinham habituado a Europa do futebol: contra-ataques venenosos e cínicos. Ganha quem marca e a equipa do exército vermelho marcou três.
Foi pena.
Vamos crer que o futuro nos possa reservar o privilégio de podermos voltar a ver o Sporting nestas andanças.

quinta-feira, maio 19, 2005

Priviet Priviet, Paka Paka


Estas mãos não são nossas!

terça-feira, maio 17, 2005

"Boa Sorting"


segunda-feira, maio 16, 2005

Para O Ano Há Mais Campeonato

Falta uma jornada para o fim do campeonato e esta semana ficou a saber-se que o Sporting não tem mais possibilidade de chegar a campeão.
Apesar de dizerem que é a equipa que melhor joga futebol, isso para mim não chega para ser campeão, como fica demonstrado. O campeonato é uma prova de regularidade e campeão é aquele que junta mais pontos ao fim das 34 jornadas. Palavras banais. Mas não sou pelas vitórias morais. E também não gosto de atribuir as culpas aos árbitros. Tento fugir àquela ideia tão portuguesa de que a culpa é sempre do outro. E também tento fugir aos ses – se tivessemos ganho ali... se tivessemos marcado aquele golo....
Não ganhámos, não marcámos, não somámos mais pontos (se somarmos os mesmos, existem os critérios de desempate, conhecidos com antecedência, que não nos são favoráveis).
Agora, e como frequentadora dos estádios, principalmente do de Alvalade, gosto de ver bom futebol. E esta época posso dizer que vi lá bons jogos e, sobretudo, muitos golos. Não chega para sermos campeões, mas chega para não desistir de lá voltar, para a próxima jornada e para a próxima época.
Para o ano é que é!

Que Se Cumpram As Profecias

Não sei se os lampiões serão campeões ou não.
O que sei é que nos prometeram uma coisa e agora o Jornal Público vem, na sua primeira página de hoje, dar-nos duas notícias contraditórias com o anteriormente anunciado.
"Benfica a um ponto de quebrar jejum"
"Constâncio avisa para défice ainda pior que o esperado"


Então com o clube dos 6 milhões de adeptos (só em território nacional) campeão a economia não ia melhorar?
Mal por mal, exijo pelo menos os benefícios para o país.

domingo, maio 15, 2005

O Acaso e o Labreca

SLB 1X0 SCP
"O Jogo do Título"
Se tivesse escrito ontem, com a água pelo joelho, é claro, ter-me-ia arrependido.
Depois de ter exprimentado um momento de nervosismo quase extremo com o AZ X Sporting, na meia final da Taça Uefa, ontem vivi um momento de descontrolo emocional e um sentimento de injustiça profundo. Hoje vejo que tenho mais do que pensar e irritar do que por um jogo de futebol. Mesmo que o Sporting esteja lá metido ao barulho.
Mais calma, a minha visão do jogo é a seguinte: nenhuma das equipas entrou para ganhar; a diferença é que o Benfica jogava em casa e só lhe interessava a vitória; o Sporting jogava no campo do rival de sempre e, dos três resultados possíveis, interessavam-lhe dois. Oportunidades repartidas, duas do Benfica mais flagrantes e, curiosamente, resultantes de jogadas de contra-ataque.
Dei por mim a 20 minutos do fim, com o Sporting a controlar na calma, e com um empate a zero no marcador, a pensar: o que é que os adeptos do Benfica estarão a sentir com este joguinho desgarrado, sem cabeça e sem coração, da sua equipa? Quando é que entra o Mantorras? Entrou a 10 minutos do fim (1.ª substituição do Benfica), não marcou, não teve tempo para correr nem para criar nenhuma jogada de perigo. Não foi preciso. Desta vez outra coisa cairia do céu.
A sete minutos do fim, o Sporting controlava o jogo bem no meio campo do Benfica quando, de um lance que parecia não oferecer perigo nenhum, surge um livre naquele local em que, contra o Sporting, metade das vezes dá golo. Quis acreditar que houve falta do Luisão sobre o Ricardo. Não sei se houve toque ou não. O certo é que não parece aceitável que, mesmo sendo o Luisão um gigante, o jogador do Benfica possa chegar mais alto com a cabeça onde o Ricardo chega com as mãos.
Há guarda-redes que valem pontos. A 2.ª circular esteve desde sempre habituada a esses, tanto de um lado como do outro: Bento e Damas, Preud-Homme e Schmeichel. Se Ricardo vale pontos (e não nego que jogos houve em que fez defesas brilhantes a bolas que pareciam só ir parar no fundo das redes) também não é menos verdade que tirou pontos demais à sua própria equipa. Enfim... terá cumprido o sonho de dar um título ao seu Benfica.
Será que estou a ser mázinha? Não me interessa, não gosto dele, nunca gostei, e a minha esperança é que possa fazer um jogão na final da Taça Uefa: para ver o Sporting vencedor e para ver se há algum clube que o leve de vez.

Labrecada

terça-feira, maio 10, 2005

E Viva Chile!

Sporting 1X0 Vitória Guimarães
O jogo até nem lhe estava a correr lá grande coisa, Peseiro e todos os adeptos pensavam substitui-lo, mas... livre na direita + pé esquerdo de Tello = golo no dia de hoje, 9 de Maio de 2005. E vai mais um golo chileno, o 4.º consecutivo para o campeonato.
Quanto à exibição da equipa do Sporting, Hugo Viana voltou a não se ver, Paíto fez um jogo super concentrado e os outros estiveram certinhos. Até ao golo do Sporting só uma equipa procurou jogar. Depois, e inexplicavelmente, resolvemos recuar o suficiente para deixar o Guimarães causar alguns calafrios. Ainda bem que o árbitro não assinalou aquilo que pareceu ter sido um penâlti sobre o Liedson ainda na primeira parte - se temos marcado nessa altura certamente não iriamos aguentar uma hora e tal a defender o resultado.
No mais, nós, os adeptos do Sporting, só temos é de ficar caladinhos quanto a botar as culpas para terceiros na amostragem do amarelo a Liedson que o tira fora do jogo com o Benfica: só ele pode explicar porque resolveu auto-excluir-se desse jogo.

Que a Glória esteja próxima.

domingo, maio 08, 2005

Dói, Não Dói?

Quando o Sporting recebeu e perdeu com o Penafiel aqui há umas semanas, benfiquistas houve que se limitaram a perguntar: Ndoye?
E agora, que já provaram do mesmo?

sexta-feira, maio 06, 2005

Fair-Play

Já se sabe que o ténis é um desporto de cavalheiros, com regras rígidas para o comportamento dos jogadores, que não podem dizer palavrões para não chocarem a assistência, seja coquete ou não.
Mas quando um jogador, no caso Andy Roddick, no Masters de Roma, em pleno match-point, assume perante o árbitro que a bola que este houvera dado como má e que valia o game, set and match, afinal era boa e, assim, o ponto pertencia ao adversário, vemos que, de facto, só em alguns desportos é que situações destas seriam possíveis. Repare-se que nem está em presença um jogador que tem um comportamento reconhecidamente "certinho".
Moral da história? Toda a gente fala neste acto de fair-play e o exulta. Andy Roddick, esse, viria a desperdiçar os outros dois match points, perder esse set e o próximo e, consequentemente, a partida.
Quem disse que ser bonzinho compensa?

A-Rod diz adeus a Roma

Sonho II

Quando em post anterior escrevi acerca da incredulidade face ao Sporting ter sofrido dois golos de canto, nem me apercebi / lembrei, eu sei lá, que os únicos dois golos do Sporting surgiram eles próprios de canto. Nem que o único troféu do Sporting foi conseguido à custa do célebre "Cantinho do Morais".
Vivam os cantos!!!

Sonho I

Uma das melhores formas para descrever o sentimento que ontem se viveu com o golo que deu a passagem do Sporting à final foi-nos dado pela mãe do treinador José Peseiro, D. Silvéria Peseiro: "Eu estava triste mas fiquei alegre".
Simples.

Um dos Heróis


Miguel Garcia

Sem Palavras

O Futebol é o desporto mais amado por isto mesmo. Pelo que se viu hoje no AZ Alkmaar X Sporting. Por permitir que se vá da desolação à euforia em apenas 30 segundos. Era precisamente este o tempo que faltava para o afastamento do Sporting da final quando surgiu o golo do Miguel Garcia.
Não vou dizer que estava confiante. Nem sei, procurava apenas não pensar. Incrédula sim. Com 2 golos sofridos de canto (um aos 5m. e outro aos 108m.) e com um contra-ataque, quando controlavamos / defendiamos o resultado, que deu numa atrapalhação imensa e golo (aos 78m.) que nos chutou para o prolongamento. Mas para agora já não interessa. O que sei é que nunca vibrei tanto com uma derrota do Sporting (3x2, o resultado final, após prolongamento).
Como disse o João Moutinho, quando lhe perguntaram se esperava viver uma época destas e estar na final, esperar esperar não esperava, mas que se sonha isso sonha-se. De facto, pensava, e vivia feliz assim, que o Sporting atingir uma final apenas era pertença de sonhos felizes. Agora dou por mim a viver essa realidade e, mais, a poder estar lá, no próprio palco da final, a torcer pela minha equipa.
E mais não digo ... que já tenho o teclado inundado de lágrimas pela emoção.

O momento que deixou, pelo menos, 4 milhões em delírio

quinta-feira, maio 05, 2005

É Sempre a Mesma Coisa

História repetida, palavras repetidas. Novamente um clube italiano, novamente o Ac. Milan, consegue a passagem nas eliminatórias (esta até dá direito à final) com muita, muita, felicidade. Tem grandes jogadores, tem sim senhor, não só defensivos mas também daqueles que deslumbram pelo que fazem junto à baliza adversária. Então porque jogam sempre aquele joguinho miserável, sem ponta de espectáculo, sempre à espera dos erros do adversário, de preferência no último minuto, que é para doer mais? Questão de cultura, certamente.
Ontem o Philip Cocu ainda fez sonhar com um final Liverpool X PSV, mas não deu.

quarta-feira, maio 04, 2005

Táctica Com Táctica Se Paga

A táctica de marcar primeiro desta vez não serviu ao Mourinho mas antes ao treinador da equipa adversária. Que é apenas o Liverpool. Que lindo que é para um dos mais míticos clubes do mundo voltar a uma final da Liga dos Campeões.
Força Liverpool, "You'll Never Walk Alone".

Steven Gerrard, o capitão. Só fiquei com pena pelo Lampard.

segunda-feira, maio 02, 2005

Pinigol na Bracalândia

Sp.Braga 0x3 Sporting
Ontem correu tudo lindamente. Arrisquei-me a ir e voltar no mesmo dia a Braga só para ver o Sporting, sabendo de antemão que não podia descartar a ideia de fazer a viagem para baixo "indisposta".
Quando entrei no estádio, fiquei sem palavras entre o deslumbre arquitectónico (fica para um próximo post) e a visão dos miúdos que aqueciam. Como muitos outros, tive dúvidas de que a equipa de suplentes que o Peseiro decidiu pôr a jogar fosse capaz de segurar a onda Bracarense e trazer para Lisboa o único resultado que interessava: a vitória.
Mas, há dias / noites em que tudo corre bem. Uma defesa logo a abrir do nosso guarda-redes que salvou um golo feito, três golos em três oportunidades por parte do Sporting. De quem? Do Pinilla! Quem não viu, não vai acreditar. Muito mérito, no entanto, para o nosso meio campo que soube sempre ser paciente e seguro e, valha a verdade, controlou a falta de inspiração do Braga (e de alguns jogadores titulares indisponíveis).
Estou a relatar o que se passou e, também, a ser simpática com os Bracarenses que me receberam no mais original estádio português. Em troca tive que controlar a minha alegria no momento dos golos para que os adeptos do Braga em volta não ficassem mais chateados ainda e não cedessem à sua vontade de me empurrarem dali abaixo. Não foi preciso. Incompreensivelmente, aquando do último golo já não havia nenhum à minha volta, de repente, e antes que o jogo tivesse acabado, metade das bancadas ficaram vazias. Porquê, se o Braga fez um jogo equilibrado e o resultado não espelha o que aconteceu? Porquê se o Braga, aconteça o que acontecer nos próximos jogos, está a fazer um excelente campeonato, acima das expectativas de qualquer adepto mais ferrenho? Esta atitude espelha bem os nossos hábitos de só apoiarmos a equipa quando estamos na mó de cima, independentemente de se jogar bem ou não.
É pena. O Sp.Braga não merecia e o estádio do município fica ainda mais lindo se estiver cheio mesmo até ao apito final.

Hat-Trick? Talvez nem em sonhos!

domingo, maio 01, 2005

Chelsea Campeão

Hoje foram coroados os primeiros leões da época.
E para variar, aqui vai uma foto do Frank Lampard, desta vez acompanhado do John Terry, dois dos mais decisivos jogadores do Chelsea deste ano.

Ninguém me lê, mas não parece

Nem de propósito. Quando escrevi em Fevereiro que a Académica andava uma lástima, nem pontos nem jogo que se visse, vivia-se um clima de desilusão com cheiro a 2.ª Liga.
Depois disso foi sempre a subir – 11 jogos sem perder, o melhor ciclo deste campeonato, a maior pontuação de todas as equipas desta 2.ª volta. Definitivamente não tenho qualquer jeito para prognósticos nem para avaliação do potencial das equipas.
Depois da exposição de excelente e implacável defesa da semana passada em Alvalade, ontem a Briosa marcou um golo, voltou a não sofrer nenhum e ganhou ao Boavista, que jogou bem.
Para além do resultado e do momento da equipa, há a destacar duas situações algo raras no futebol dos dias de hoje:
- Nelo Vingada, na entrevista depois do jogo, enalteceu o trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, João Carlos Pereira, dizendo mesmo que sem os pontos ganhos no seu comando e, principalmente, a adversários directos, a Académica não estaria na posição privilegiada que se encontra hoje. Parece óbvio? Pois parece, mas poucos se lembram disso e menos ainda o realçam.
- Jaime Pacheco, também na entrevista depois do jogo, para além de referir que o Boavista fez um bom jogo e que apenas falhou – e muito, digo eu – na concretização, acrescentou ainda que a Académica muito ficou a dever o seu triunfo a ... não ao árbitro, não à sorte... mas ...tcham, tcham... à sua inexcedível massa associativa que não se cansou de apoiar e cantar durante todo o jogo (bem audível na tv). Grande elogio para a 4.ª maior turminha de adeptos do futebol português.
Parece que este final de campeonato, para além da emoção, está a tornar-se civilizado.