Futebol é Para Meninas

O Blogue de Todos os Desportos

sexta-feira, setembro 29, 2006

Fuga Nacional

Frequento Alvalade com assiduidade desde 1992 (Sporting 2x3 Grasshopper) e por apenas uma vez me lembro de ter debandado do estádio muito antes da hora do apito final. Foi no malfadado 3x6 com os lampiões, jogo mais do que traumático, o que justificou plenamente o acto.
Uma das coisas mais irritantes que vejo no futebol português e, mais concretamente, no adepto de futebol português, é o quase exclusivo objectivo de que o seu clube vença. Meio a zero chega. Um golo com a mão, em fora de jogo, ou um penálti inventado. Mas sempre com um desrespeito quase total pelo adversário. A culpa da derrota é sempre do árbitro ou do azar. Nunca por o adversário ter jogado mais e melhor.
Por isso é tão raro aplaudir-se a equipa adversária. Por isso tantos se surpreenderam por alguns adeptos do Sporting terem aplaudido o Gençlerbirliği (que ganhou 3x0) ou o CSKA (que ganhou 3x1) em pleno Alvalade. Nos 2 momentos fiz questão de me auto-incluir nesse grupo.
Vem isto a propósito do jogo de hoje entre o Nacional e o Rapid de Bucareste.
0x1 lá, 1x0 cá, eliminatória empatada, necessidade de prolongamento nos Barreiros. Esta 2.ª participação dos madeirenses nas competições europeias parecia (e devia ser) uma festa.
Para "azar" dos madeirenses, ou por "mérito" dos romenos, estes últimos marcaram logo na entrada do prolongamento. O Nacional tinha 30´ para marcar 2 golos em casa.
O que fizeram então os seus adeptos? Piraram-se em massa e, concerteza, foram cuidar das suas vidinhas.
O que merecem "adeptos" destes? Que para o "seu" clube exista 2 sem 3 nas competições europeias.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Spartak Moscovo 1x1 Sporting

Um empate na 2.ª jornada da Liga dos Campeões e lá vão 4 pontinhos (e o correspondente em Euros). Nada mau, ainda para mais se pensarmos que na última vez que por aqui andámos fizemos 2 pontos em 6 jogos. Incluindo 2 derrotas com o clube de hoje.
Nani não jogou grande coisa mas foi dele o golo. O miúdo começa mesmo a habituar-se aos grandes momentos.
Quanto ao resto, nada destoou: mais um joguinho mais ou menos do Sporting.

Sintético, qual sintético?
Priviet, priviet, paka, paka.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Rei Louis


Já que perder na Rússia daqui a pouquinhas horas não será nada do outro mundo, viva o Rei Louis Saha, o herói da jornada até à data.

Borlas

Nos jornais deportivos há muito que não se encontra nada de jeito.
No A Bola, e apenas por hábito, costumo ler a análise dos jogos do Sporting. Para além disso, apenas mais as crónicas do Miguel Sousa Tavares, cheias de imaginação e ressentimentos frente ao Sporting, mas a única crítica que se vê por aquelas páginas.
Com surpresa, no passado domingo consegui ler algo neste jornal que deve ter sido escrito por engano.
Dizia o presidente do Desportivo das Aves, a olhar para a "moldura humana" nas bancadas do seu estádio:

«O futebol português é um futebol de borlas. Quem olha para as bancadas pode pensar que o clube teve uma boa receita, mas se formos conferir os números reais conlui-se que só 1200 espectadores pagaram a entrada. O resto foram borlas.»

A sociedade portuguesa é uma sociedade de borlas, acrescento eu.

segunda-feira, setembro 25, 2006

4.ª Jornada - Dep. Aves 0x2 Sporting


Como já deve ter dado para perceber, não tenho grande vontade de escrever sobre o jogo do Sporting.
O motivo é simples. Admiti-lo é que custa mais do que muito. Mas cá vai:
Na sexta-feira vi na têbê o jogo do Porto, no Dragoum, com o Beira-Mar, 90 minutos inteirinhos de constante ataque, 3 golos, muitas mais ocasiões para os marcar, enfim, um puro espectáculo de futebol. Ah! Quem me dera ir a Alvalade ver a minha equipa fazer o mesmo...
Na Vila das Aves viu-se um Sporting ganhador - a estreia de Alecsandro a marcar e mais um golo do central Tonel. Um Sporting competente. Um Sporting certinho. Um Sporting quanto baste. Um Sporting sem emoção.

quarta-feira, setembro 20, 2006

A Mão

O Sporting perdeu em Alvalade frente ao Paços de Ferreira por 0x1, com um golo marcado com a mão, como se faz, como disse Paulo Bento, no andebol, no basquetebol e no voleibol (ainda que em 2/3 destas modalidades não existam golos).
Houve ainda (pelo menos) um penálti não assinalado a favor do Sporting.
Mas que dizer de uma equipa que luta pelo título e joga em casa frente a uma “equipa de outro campeonato” e não consegue marcar um golo que seja em 90m?

De Volta II

Antes da minha ausência para gozo de merecidas férias, o Caso Mateus abalava Portugal e as ameaças indecentes da Fifa pairavam sobre o nosso futebol. O Apito Dourado, esse, andava moribundo há muitos meses (anos?).
Dificilmente poderia imaginar que as coisas pudessem ficar ainda mais podres na minha volta. Pois é, mas no nosso país, quando pensamos que o poço não tem mais fundo por onde bater descobrimos sempre que afinal existia um alçapão ou que o fundo era falso.
Começando pelo Apito Dourado, um famoso constitucionalista da nossa praça, Dr. Gomes Canotilho, escreveu um parecer a defender a inconstitucionalidade do diploma referente à corrupão desportiva. Nem vale a pena relatar os motivos desta inconstitucionalidade. Vale, sim, a pena lembrar que este diploma já tem uma quinzena de anos e que ainda ninguém se tinha lembrado desta. De qualquer forma, se não fosse por isto haveria sempre outro alguém para invocar a inconstitucionalidade das escutas telefónicas.
Pegando precisamente nas escutas, tive imensa pena de não ter tido oportunidade de ler a reportagem do Público sobre as conversas do impoluto Sr Presidente dos Pneus de Benfica com Valentim Loureiro e Pinto de Sousa, bem como dos beijinhos que Veiga ameaçava dar ao Major. O nível não pára de subir.
Quanto ao Caso Mateus, perdi-me no vasto caminho dos seus acelerados desenvolvimentos. Sei apenas que neste momento há um plantel de uma equipa de futebol composto por trabalhadores cuja profissão é treinar e jogar à bola que se encontram impedidos pelo seu próprio presidente de o fazer.

terça-feira, setembro 19, 2006

De Volta I

A grande preocupação que me invade quando vou de férias para fora do país é saber, o mais imediatamente possível, os resultados dos jogos do Sporting. Saber se o meu clube ganhou e, já agora, se os lampiões e tripeiros perderam.
O ano passado fui obrigada a chamar a mamã de uma cabine telefónica nas ruas de Manhattan para receber a triste notícia de que o Sporting havia perdido com o Nacional. Coincidência, um dos jogos cujo resultado tinha de saber nestas férias, fôsse como fôsse, era igualmente com o mesmo Nacional. Desta a vez a história foi diferente: as “chaminés de fada” da lunar Capadócia trouxeram, via internet, a notíca da vitória do SCP.
Foi também vinda da internet, desta vez com Éfeso à porta, que veio a notícia que me manteve na lua: a de que o Sporting ganhara ao Inter (finalmente 1 golo a estes italianos).
O próximo jogo seria com o Paços de Ferreira e aqui sonhei com uma forma diferente de saber o resultado bem em cima do acontecimento. Literalmente. Há hora em que o “árbitro” dava por concluído o jogo encontrava-me a sobrevoar o Estádio de Alvalade. Bem me estiquei toda pela janela do avião, por entre as nuvens, para ver o resultado do painel electrónico. Não o consegui. Mas fiquei com a certeza de que o Sporting tinha ganho o 3.º jogo consecutivo na minha ausência.
Todavia, o tradicional rádio, o companheiro de sempre para quem quer manter-se actualizado nos jogos futebolísticos, trouxe a notícia que não tivera nas férias: a derrota do Sporting.
Maldito fim de férias! Abaixo a volta à rotina!

segunda-feira, setembro 04, 2006

Bye Kid


Andre Agassi tornou-se profissional no ténis em 1986, com apenas 16 anos, e despediu-se hoje dos courts, 20 anos depois, com 36 anos completos.
Era ídolo da revista Bravo, a revista da moda para adolescentes no meu tempo. Os seus equipamentos coloridos, cabelos longos e soltos, brincos espampanantes, irreverência e carisma cativavam a maioria dos adeptos e não adeptos do ténis. Na parte que me toca, sempre fui muito mais Pete Sampras do que André Agassi. Ou muito mais Pat Rafter, Marat Safin, Gustavo Kuerten ou Andy Roddick do que André Agassi, todos eles tenistas que também chegaram a n.º 1 do mundo partilhando os courts com Agassi.
Agassi, o "Kid de Las Vegas", chegou pela 1.ª vez a n.º 1 do ténis em 10 de Abril de 1995, 2 anos depois do seu grande rival Pete Sampras ter alcançado esse mesmo lugar. Curiosamente, e apesar de ser Sampras aquele que é considerado um dos melhores (o melhor?) tenistas de sempre, foi Agassi quem conseguiu ganhar os 4 torneios do Grand Slam (Wimbledon 1992, USOpen 1994 e 1999, Australian Open 1995, 2000, 2001, 2003, e Roland Garros 1999). Aliás, Agassi foi o único tenista da "open era" a fazê-lo. A isso pode acrescentar ainda o feito de ter igualmente conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996. Coincidência das coincidências (ou talvez não), é casado com Steffi Graf, o único outro ser humano com um currículo no ténis comparável ao seu.
Anteontem Agassi ganhou em 5 sets a um cipriota de nome Marcus Baghdatis, 15 anos mais novo do que ele mas cheinho de caimbrãs e fisicamente em pior estado do que o trintão. Hoje - dia 3 de Setembro de 2006 - o americano terá pago a factura do recente esforço físico e psicológico de jogar o seu último torneio (como havia anunciado há mais de um mês) e deixou o UsOpen e o ténis profissional eliminado por um "desconhecido" de nome (Benjamin) Becker.
Ficam, então, para a história os 8 títulos do Grand Slam, 1 Masters, 1 medalha olímpica de ouro e 50 títulos ATP (17 dos quais Masters Series) - o 1.º dos quais em 1987, em Itaparica, e o último em 2005, em Los Angeles.
Bye Kid!

domingo, setembro 03, 2006

Ole 2 Anos Depois

Depois de 2 épocas em que praticamente não jogou (0 jogos em 2004/2005, 3 jogos em 2005/2006), tendo ficado no estaleiro a recuperar de inúmeras lesões, Ole Gunnar Solskjaer, o "Baby Face", marcou no fim de semana passado um golo na Premier League pelo seu clube Manchester United.
Hoje repetiu a graça, em dose dupla, com a sua selecção: foram 2 golos na vitória da Noruega por 4x1 na Hungria.

sexta-feira, setembro 01, 2006

O $ dos Outros

Interessante esta coisa de um clube turco – Fenerbahçe – conseguir contratar Zico como treinador (não que tenha provado grande coisa no cargo, mas... Zico é Zico, o melhor jogador de sempre depois de Maradona) e, logo de uma assentada, Kezman e Deivid para o ataque. Não que seja assim tão previsível que esta possa vir a ser uma mistura explosiva e que dê grandes resultados. Apenas a realidade de que o futebol turco parece ter mais poder de compra nesta época do que o português, cujos clubes foram saudavelmente comedidos nas suas aquisições. Os nossos foram aos saldos e, mesmo assim, trouxeram a mercadoria por empréstimo.
Talvez ainda mais Interessante é o caso do West Ham, 9.º na anterior Premier League. Ok, os clubes ingleses, ou melhor, o dinheiro dos clubes ingleses, com os seus magnatas na liderança, não têm qualquer comparação com os clubes dos outros países. Mas os hammers tinham mesmo de multi-milionáriamente arrancar Tevez e Mascherano, 2 titulares da selecção argentina, às canchas de São Paulo? Ainda não foram divulgados os valores da transferência mas, diz-se, será bastante superior aos 35 milhões de dólares que a MSI, empresa detentora dos seus passes, havia pago para os levar para o Corinthians.
E que dizer do Atlético de Madrid, 10.º da anterior Liga espanhola, que comprou quase metade do Dinamo de Moscovo (Costinha, Maniche e Seitaridis), Mista, Aguero (internacional argentino), Pernia (argentino internacional espanhol) e Zé Castro (internacional da Beira Litoral)?
Será que um pouquinho deste dinheiro não podia vir para o país vice-campeão da Europa, 4.º no campeonato do mundo e que, nos últimos 4 anos, teve um seu clube vencedor da Liga dos Campeões e da Taça Uefa e outro finalista vencido desta última competição?
Teremos apenas de nos contentar em emprestar jogadores ao Portsmouth da Premier League inglesa (Douala e Manuel Fernandes, o tal que valia 8 milhões de euros por uma só perna mas que, afinal, tinha a outra com um ataque de pubalgia)?

Adenda ao Plantel do Sporting

O Sporting tem novo jogador – Alecsandro Barbosa Felisbino.
É atacante, veio para substituir Deivid e levará o n.º 19 nas costas.
Eis mais uns dados:
Nasceu em 04.02.1981, em Bauru (São Paulo, Brasil), mede 1,83m, jogava no Cruzeiro e é cunhado do “nosso” Deco (é casado com a sua irmã).
Alecsandro teve direito a escolta policial à chegada ao aeroporto de Lisboa. Ao que parece por os dirigentes do Sporting desejarem que falasse à comunicação social apenas por ocasião da conferência de imprensa da sua apresentação. Um folclore! Esperemos que a festa continue, mas agora com golos.