O Czar

Alexander Popov anunciou que se iria retirar da natação. Fico triste.
Assim como não tenho problemas em dizer que chorei nos últimos Jogos Olímpicos quando vi que o Popov não tinha chegado à final dos 100 Livres (ele que, depois do Tarzan Johnny Weissmuller, foi o primeiro a conseguir ganhar esta prova, a mais importante na natação, em dois JO consecutivos - Barcelona 92 e Atlanta 96, 2.º lugar em Sydney 2000). Quando vi depois que nem sequer conseguiu o apuramento para as meias finais dos 50 Livres, bom... aí quase que fiquei em choque. Afinal de contas, estava mais que visto que essa seria a sua última prova, ainda que só agora anuncie a retirada.
O Popov é considerado um Senhor na natação, sendo membro do Comité Olímpico Internacional e representante dos Atletas na Comissão Olímpica. Lembro-me, no entanto, que no princípio dos anos 90 (não sei o ano exacto) veio cá a Portugal ao Meeting do Porto e o pessoal dizia que ele tinha tiques de estrela, andar pedante e que já dominava bem as camaras de filmar e fotografar. Só olhava quando realmente queria. A partir daí foi sempre a subir. Tem o palmarés mais fantástico na velocidade na natação. E atingiu também uma longevidade não muito comum. Desde o 1.º título olímpico em 1992, disputado com outro mito da modalidade, o Matt Biondi (este é americano, por isso é mais fácil ser considerado um Deus pelos media), até ao último título mundial alcançado em 2003.
Mais referências: nasceu em 1971, em Iekaterinburgo, lá para os Montes Urais na Rússia. Começou por nadar costas, foi para Moscovo, depois para Camberra, na Austrália, e depois para a Suiça. Após os JO de Atlanta 96 foi apanhado numa rixa de rua em Moscovo tendo sido esfaqueado no estomâgo. E, sim, voltou a nadar e a conquistar os títulos que já se sabe. E, sim, é casado e já tem descendência.
Resta-nos contemplá-lo.


Popov em publicidade da Omega

Para além do futebol

Esta semana não tenho vontade de destacar nenhum jogador. Afinal de contas, esta irregularidade do Sporting, a acrescer às baixas por castigo e lesões para o próximo jogo para a UEFA, deixa-me sem motivação - argumento tantas vezes utilizado pelos craques.
Entretanto, e como há mais desporto para além do futebol, começarei por abrir uma primeira excepção de muitas que se seguirão: vou falar do Alexander Popov, que depois de anunciar que afinal não tinha anunciado que deixaria a natação, veio então anunciar que deixaria a natação. Houve um jornalista brasuca que por isto o comparou ao Romário - uhm, afinal sempre continuo a falar de futebol.

Jogador da Semana 3 (6) - SÁ PINTO

Ricardo Sá Pinto foi, há que dizê-lo com frontalidade, um dos grandes destaques da semana. Ou melhor, tem vindo a provar desde o começo do ano que merece continuar em destaque, pelo menos no futebol cá do burgo.
É, reconheço-o, uma pessoa de que nem toda a gente gosta. A Juve Leo adora-o, alguns sportinguistas gostam dele (não sei se a maioria), mas os adeptos dos outros clubes não vão lá muito com a sua cara e, principalmente, feitio. Eu gosto dele desde que chegou ao Sporting, mais precisamente em 1994. Mostrou sempre a sua dedicação e devoção pelo jogo. Tem sido sempre irreverente, por vezes até demais, o que lá vai lá vai...
Parece-me que o Sá não teve sempre a sorte a acompanhá-lo mas nunca desistiu e agora anda por aí a provar que merece jogar exclusivamente pelo futebol que ainda tem. Sinceramente, era difícil de acreditar que pudesse voltar a este ritmo e forma, ainda para mais sendo um daqueles jogadores que corre os 90m e vai a todas as bolas sem medo de meter o pé ou de se aleijar. O que interessa é jogar, tentar ganhar, nunca desistir de alcançar esses objectivos. É uma rica lição esta a que o Sá nos tem dado. A isso chama-se carácter.
Para além destas facetas mais conhecidas, pude também testemunhar no último jogo do Sporting para o campeonato o apoio que o Sá faz questão de dar aos mais novos. Foi muito bonito vê-lo a aplaudir os míudos das camadas jovens do Sporting que aí foram homenageados. Talvez porque saiba que esse momento de incentivo pode ajudar o início de uma carreira. Ou, se calhar, porque quando foi apanha bolas dos jogos de ténis também gostava que os seus ídolos lhe dessem uma piscadela de olho.


Sá Pinto a comemorar um dos 2 golos que fez no fim de semana passado.

Um golo depois de 500 e tal minutos

Depois de 10 jogos sem ganhar e 5 sem marcar, gritou-se golo e vitória da Briosa de novo. Não vi o jogo e não sei se jogaram bonito. Mas... força Rapazes!

Domingo à tarde

Há já muito tempo que não entrava no Estádio de Alvalade para ver um jogo com o dia ainda claro. Aconteceu ontem e fez-me lembrar as tardes de domingo em que famílias inteiras iam ver os jogos, com os fones do rádio no ouvido para saber do andamento do marcador dos rivais.
No entanto, apostei que Alvalade ia ter a maior casa da época, sem contar com o jogo do Benfica. Não sei se teve, mas esperava muito mais gente. Por outro lado, posso dizer que o fim de tarde de ontem entrou directamente para o top ten dos dias mais frios e desagradáveis que apanhei pela frente.
O que vale é que houve 5 momentos que fizeram o pessoal aquecer.
Venham mais jogos a dias e horas decentes, se faz favor.

Briosa

Vista a tabela de classificação de cabeça para baixo, não há dúvidas: Briosa em 1.º lugar já com 4 largos pontos de avanço. É já um hábito.
O que não era costume é esta forma de jogar que a Académica vem mostrando. E não me refiro aos anos 60 ou coisa que o valha, que a minha memória não chega aí. Refiro-me aos anos 80 e 90, entre os quais a Académica passou umas temporadas na II Divisão. Nem por isso deixava de acompanhá-la pelo menos uma vez por época sempre que vinha jogar cá para as redondezas da capital. Sim, também é o meu clube - não está nos links porque não encontro a sua página oficial. Existirá?
Continuando, podia até nem ganhar os jogos, mas pelo menos jogava bonito, tinha aquela vontade de vencer aliada aos grandes campeões, se não da bola, pelo menos, aos grandes homens para quem há vida para além do futebol, sem o esquecer, contudo.
Pudemos ver há dias a Académica roubar 2 pontos ao Porto (é verdade que deu um jeitão, até para 3.ºs), mas que jogo sofrível, pontapé para a frente à espera que o minuto 90 chegue. Confesso que nunca tinha visto a Académica jogar assim. Foi feio. A verdade é que com o Sr. Nelo Vingada já lá vão uns 4 ou 5 jogos sem marcar sequer um golito. Vamos ser líricos (neste momento de aflição não parece fazer grande diferença): Se não podem competir com os Moreirenses, Beiras-Mar, Gis-Vicentes, Estoris e coisas do género, pelo menos que possam jogar bonito, pois a Briosa ainda é das poucas que tem adeptos nas bancadas que vão lá só para a ver.

Não está fácil

Pois é. Descubro agora que nem sempre é fácil escrever. Como quando o Sporting desata a perder e a empatar (o que, dados os últimos casos, é igual a perder).
Que dizer? Parece claro desde o princípio: os árbitros não querem nada connosco. Não, brincadeirinha, desta vez não temos nem queremos essa desculpa.
O facto é que o Sporting pura e simplesmente não tem banco, 2.ªs e 3.ªs linhas. Lembro-me de no princípio da época um amigo lampião dizer que o Sporting só comprava centro-campistas e que a maior parte destes iriam começar a ficar com o rabo com calos de estarem sempre sentadinhos. Mas para além do Custódio quem mais temos de defensivo? O Tinga já foi, o Rogério ali, dizem os críticos, não rende grande coisa. Apostar em definitivo no João Moutinho? Calma lá que a coragem ainda não chega para tanto. Pensar em avançar um dos centrais causa arrepios. Se eles lá atrás, quando a bola chega, metem a água que se vê, imaginem só começarem no lareu logo no meio campo.
Resta então esperar que os 4 mosqueteiros estejam sempre bem fisicamente, sem castigos (merecidos ou não) e, mais importante, concentradinhos. Sim, o Hugo Viana e o Carlos Martins parecem incapazes de fazer dois jogos seguidos em grande rendimento. E depois, bom, depois que o Liedson não falhe os horrores dos dois últimos jogos (2 viagens ao Brasil em 1 mês? O que é que estavamos à espera? Ganhar ao Benfica, pois claro, e mai nada...)